A dengue fez mais uma vítima na Bahia. Nesta quinta-feira (28), a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) confirmou a 22ª morte pela doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. O novo caso foi registrado na cidade de Vitória da Conquista, no sudoeste do estado.
De acordo com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep) da Sesab, 285 municípios estão em estado de epidemia (68% das cidades), entre eles a capital Salvador. Outras 45 cidades estão em risco e 12 em estado de alerta.
As mortes pela doença no estado foram registradas em 12 municípios. [Veja abaixo lista completa]
Ao todo, 81.428 casos prováveis da doença foram notificados no estado até o sábado (23). O número é 487,8% maior que o registrado no mesmo período de 2023, em que foram notificados 13.854 casos prováveis.
Vitória da Conquista, Salvador e Feira de Santana são os municípios com mais casos prováveis de dengue em 2024, de acordo com os dados da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep). Em Conquista, foram notificados até o momento 11.627 casos; em Salvador 4.962 casos; e Feira de Santana 2.888 casos prováveis.
Ainda assim, a pasta destaca que a Bahia possui índice de letalidade por dengue de 1,47%, percentual abaixo da média nacional, de 3,09%.
O cálculo é feito com base nos casos notificados que evoluem para a forma grave da doença. A avaliação é da Câmara Técnica Estadual de Análise de Óbito da Sesab.
Confira as cidades onde ocorreram as mortes:
- Jacaraci, no sudoeste da Bahia (4)
- Piripá, no sudoeste da Bahia (3)
- Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia (5)
- Santo Antônio de Jesus, no recôncavo baiano (2)
- Barra do Choça, no sudoeste da Bahia (1)
- Feira de Santana, a 100 km de Salvador (1)
- Ibiassucê, no sudoeste da Bahia (1)
- Irecê, no norte da Bahia (1)
- Santo Estevão, a 150 km de Salvador (1)
- Campo Formoso, no norte da Bahia (1)
- Caetité, no sudoeste (1)
- Juazeiro, no norte do estado (1)
Esforços municipais
Os municípios baianos têm reforçado ações para atender o aumento de casos e, consequentemente, a pressão nos sistemas de saúde.
Na capital baiana, por exemplo, a Secretaria Municipal de Saúde se uniu ao Exército para combater o Aedes aegypti, agente transmissor também da zika e chikungunya.
O objetivo é capacitar soldados para criar “multiplicadores” de ações e informações de combate ao mosquito. Na prática, a força militar vai se juntar aos agentes de endemias do Centro de Controle de Zoonoses, repassando orientações preventivas para a população dentro e fora dos quarteis.
A diretora de Vigilância à Saúde da cidade, Andrea Salvador, destacou ainda o uso de “bombas costais” de efeito residual.
“Nós as utilizamos principalmente em escolas, postos de saúde, onde esse efeito residual, através dessas bombas, é colocar o inseticida nas paredes. Essas paredes ficam impregnadas e repelem o mosquito”, explica.
Em meio às ações do poder público, a diretora cobrou que a população também colabore, prevenindo a proliferação do mosquito.
Já em Juazeiro, no norte do estado, a prefeitura relatou que atendeu mais de 250 denúncias de possíveis focos do Aedes aegypti através do canal “Dengue Zap”. A gestão criou a ferramenta para auxiliar na identificação e combate aos focos de reprodução do mosquito.
“Estamos com os agentes em campo, nos turnos matutino e vespertino e nos fins de semana em áreas que consideramos de risco ou com índice de infestação preocupante”, afirmou o agente de endemias Diego Alves.
Ele reforçou o pedido da prefeitura para que a população receba os agentes em casa, e permita que o trabalho de prevenção e combate à proliferação do Aedes aegypti seja feito.
Ações do estado
Em todo o estado, o governo da Bahia também intensificou ações de sensibilização e mobilização para prevenir as três doenças transmitidas pelo mosquito.
Além disso, foram adquiridos novos carros de fumacê e aproximadamente 12 mil kits foram distribuídos para os agentes de Combate às Endemias. Conforme a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), a pasta tem prestado apoio para intensificação dos mutirões de limpeza, com o auxílio das forças de segurança e emergência, e aquisição de medicamentos e insumos.