27 de julho de 2024

O presidente Lula e as enchentes no Rio Grande – Algumas lições a tirar (Francisco Nery Júnior)

Por

Redação, sitepa4

Francisco Nery Júnior

Ele acaba de passar sobre as nossas cabeças aqui em Paulo Afonso. Vem a Alagoas para o Canal do Sertão, importante. Antes, lá por Brasília, oportuna contribuição para nós outros, cá de baixo, entendermos uma enchente: “… uma casa depois que a água baixa. É muita lama, sanguessuga e muita barata morta.” O presidente declarou já ter enfrentado, dentro de casa, uma enchente de um metro e meio de altura.

Uma enchente é, basicamente, um rio, vale, ou curso d’água a reclamar o seu leito; aquilo que é seu e foi ocupado. Poderíamos dizer, na linguagem do rio, que lhe foi tomado. Primeira – muito importante – lição. Assim sendo, se a população afetada não se deslocar para locais mais altos, a desgraça – é uma desgraça! – voltará a acontecer.

Poderia não voltar a acontecer. Com a construção de obras de engenharia, na maioria dos casos envolvendo muito dinheiro, poderá não acontecer. Foi o caso da cidade do Recife e das cidades de Cachoeira e São Félix na Bahia. Os engenheiros nacionais resolveram o problema; bem deram conta do recado.

Tratemos, em poucas palavras, da reconstrução no Rio Grande do Sul. No caso, o caldo já está derramado e é preciso aprumar o pote novamente. Além dos donativos e arrecadações diversas, o governador declara precisar de cerca de 19 bilhões de reais para obras e ações no âmbito estadual. De partida, o Governo Federal anuncia uma ajuda a fundo perdido de cerca de 50 bilhões para obras estruturais.

Setenta bilhões de reais é uma fortuna que, muito certamente, exigirá emissões por parte do Governo Federal com o consequente agravamento da situação fiscal do país cujos últimos governos não têm tido a capacidade de investir na infraestrutura nacional pela incúria desses mesmos governos.

Seriam, os setenta bilhões, simples fichinha caso o Brasil não estivesse atolado na Dívida Pública interna. Ela exige a pagamento de juros diários (juros!) na casa dos R$2 bilhões por dia segundo um senador em discurso no Senado Federal ou R$ 1.300 bilhão segundo outra fonte menos pessimista.

Se nos basearmos na primeira fonte, salvo erro, engano ou omissão, o montante para o soerguimento do estado dos gaúchos equivale ao montante pago de juros da dívida em pouco mais de um mês. De acordo com a segunda fonte, em pouco menos de dois meses.

Resta-nos dobrar os joelhos pelos gaúchos e pelo Brasil. Me lembra a minha mãe: “Quem não ouve sossega, ouve coitado”.

 

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