Preso temporariamente por matar e enterrar o corpo de Nilza Costa Pingould, de 62 anos, no quintal da casa dela em Barretos (SP), o suspeito zombou do crime ao chegar à delegacia na quinta-feira (3).
Leonardo Silva, de 18 anos, disse que não se arrepende do homicídio, que se divertiu e que não sente nada pela vítima. Ao falar com os repórteres, ele chegou a mandar um beijo para as câmeras.
A Polícia Civil, por meio do responsável pela investigação, o delegado Rafael Farias Domingo, instaurou um inquérito para apurar o crime de latrocínio, roubo seguido de morte.
Crime motivado por vingança
A polícia afirma que Silva agiu por vingança. Há cerca de quatro meses, o rapaz foi morar nos fundos da casa de Nilza, que tinha se proposto a ajudá-lo depois que ele se apresentou a ela como travesti. Ela o contratou para fazer serviços domésticos e Silva pediu demissão do emprego anterior.
A polícia disse, no entanto, que o combinado foi desfeito porque Silva acabou não correspondendo às expectativas dela.
“Ele alega que o crime foi uma vingança, porque ele teria abandonado um emprego anterior para trabalhar na casa da vítima, como serviços domésticos. O combinado acabou sendo desfeito, porque a vítima disse que ele não tinha compromisso e o dispensou. Ele ficou sem o emprego anterior, sem lugar pra morar e ficou com muita raiva e começou a planejar a morte dela.”
Crime premeditado
Domingo apurou que Silva voltou a Barretos no dia 22 de julho e sondou a residência de Nilza. Na madrugada para o dia 24 de julho, ele pulou o muro da casa e ficou escondido em um quarto nos fundos. Quando o dia amanheceu, ele a surpreendeu no cômodo e a matou por asfixia com um fio.
Antes de enterrar o corpo no quintal, o suspeito permaneceu na casa por alguns dias. Ele teve tempo de obter dados bancários da vítima para fazer compras. Uma moto chegou a ser comprada para ser entregue em um apartamento que ele tinha alugado em Barretos com o dinheiro de Nilza.
Segundo o delegado, Silva ainda comprou uma pá em uma loja de construções para cavar o jardim, cimento e cal.
Imagens das câmeras de segurança da casa mostram-no manuseando um baú, onde o corpo foi colocado para ser enterrado no dia 27 de julho, três dias após o crime.