Uma festa promovida por um movimento cultural de apoio à comunidade LGTQIAP+ gerou polêmica em Campinas, no interior de São Paulo. O evento “Lambuzada”, realizado em 14 de abril em uma praça do distrito de Barão Geraldo, foi alvo de críticas por conta de performances que envolviam “cenas de nudez, simulação de sexo explícito, apologia ao crime e incentivo ao uso de drogas”.
A vereadora Paolla Miguel (PT), que discursou na festa e destinou recursos via emendas parlamentares para sua realização, enfrenta uma representação na Câmara de Campinas que pode resultar na cassação de seu mandato. Segundo o vereador Nelson Hossri (PSD), Paolla apoiou uma “balbúrdia” em um ato “incompatível com a dignidade e o decoro de uma vereadora”.
Paolla nega ter conhecimento da programação do evento e afirma que destinou recursos apenas para infraestrutura, não para conteúdo artístico. Ela pediu afastamento temporário do diretório nacional do PT para lidar com o processo.
Além disso, a festa também levou a uma representação no Ministério Público de São Paulo (MP-SP) pelo deputado estadual Rafa Zimbaldi (Cidadania), que pede a devolução de recursos “utilizados de maneira indecorosa”. O prefeito Dário Saadi (Republicanos), aliado do governador Tarcísio de Freitas, também é alvo de críticas por liberar recursos para o evento.
Em resposta às críticas, a prefeitura de Campinas publicou uma portaria alterando as regras para a classificação indicativa de eventos culturais na cidade, tornando essa sinalização obrigatória e delegando a responsabilidade aos organizadores dos eventos.
Os produtores da festa alegam que interromperam as performances consideradas inadequadas e que estão em contato com a Secretaria de Cultura para definir uma classificação etária adequada para seus eventos. Segundo eles, a liberdade artística é importante, mas é necessário atentar para o público presente nos eventos em espaços públicos.
