PAULO AFONSO – Há um sopro de mudanças no ar. A filiação de Fátima Araújo há duas semanas ao partido Avante é um indicativo disso. Foram quase 40 anos dedicados à Chesf, nos quais, paralelamente, Fátima se dedicou à política, ainda jovem fez frente para criação do PT local, disputou vaga no Legislativo e lutou junto a outras mulheres para a criação dos Conselhos que asseguram direitos às mulheres de Paulo Afonso.
Fátima, se precisam de rótulo, foi por muito tempo, em resumo, aquilo que se entende por ‘militante’, mas sem se deixar levar por interesses deste ou daquele grupo. Teve carreira executiva da Chesf, chefiou departamentos antes, exclusivos à líderes masculinos, e agora, após a privatização, volta à sua vocação política.
Nesse grande intervalo são duas filhas criadas e formadas. Agora há pouco, em entrevista à rádio Angiquinho FM, Araújo mostrou que é possível nivelar por cima o nível do debate para o próximo pleito, apelando ao bom senso e se dispondo ao diálogo. De saída, cumpre dizer: o Avante não quer perder sua energia jovem ao lado de um governo sem rumo e mofado, como este de turno, e já acenou à oposição.
O jogo de alianças é bastante intrincado, mas Fátima e o Avante, deixam transparecer que se acertaram internamente, e falam uma única língua: temos relevância e abrimos as portas para o diálogo com a oposição.
“Não tenho o que falar além de gratidão ao Avante”, diz Fátima, iniciando a entrevista.
“Eu não cheguei aqui por acaso, desde 1985 criamos a ala jovem do PT e andamos muito, eu presidi a ala jovem e foram muitos encontros com Lula. Eu tinha muitos sonhos com uma política séria, pautada na moralidade, na qual o gestor prime pelo bem comum. Eu continuo acreditando nisso”, rememorou.
Ainda sobre o passado do Partido dos Trabalhadores, Fátima apenas sublinhou que, infelizmente, não houve aproveitamento localmente da ascensão de Lula.
Por que o Avante?
Porque foi o partido que insistiu, me procurou. Eu fiquei muito feliz, conversamos, e há consenso entre nós. O Avante comunga das mesmas ideias que eu e está crescendo. Entendemos que precisa haver transparência com a política.
Pela sua experiência, a gestão tem culpa pela falta de empregos no município?
Eu entendo que o Executivo precisa somar forças com outras instituições, governo estadual e federal e buscar essa criação de empregos. A Chesf já cortou esse cordão umbilical há muito tempo, e nós temos que nos unir. Temos que dar um passo à frente para que a política deixe de ser essa na qual só se pensa na família e nos amigos, a gente precisa fazer valer outras questões: morais, éticas e para todos.
O propósito é de candidata a prefeita?
Sim. O propósito é de a gente sair com candidatura majoritária, depois vamos alisar. O que queremos dizer é que nos colocamos à disposição. Não dá mais para pensarmos só em nós. Um gestor não pode governar para as pessoas próximas, o nome é gestor público e seu objetivo deve ser trabalhar para o povo.
Lamentável essa candidatura. Não é mais possível acreditar em discursos, narrativas e propostas de pessoas que buscam “o peito da vaca para mamar”.
Vale destacar que os cargos de executiva que essa senhora assumiu na CHESF, foram por influência política.
Essa narrativa de que vai fazer diferente, governando para o povo, não cola. A mentira é a nutrição da imensa maioria dos políticos. Com essa não será diferente. Ela já tem no sangue os vícios do Partido dos Trabalhadores. Discípulos de Lula (diga-se de passagem, o homem que vive uma mentira sem fim).
Se tem um candidato em quem, como única alternativa, para administrar a Ilha de Paulo Afonso, eu arriscaria o “Galinho”.