
Por Francisco Nery Júnior
Ele nasceu Mulungu e assim poderia ter permanecido. O calvário final do presidente eleito para a transição entre o regime militar e a plena democracia no Brasil foi determinante para a mudança do nome. Adolescente, passou a se chamar Tancredo Neves.
Rindo e cantando, célere e ufano, nos diz o poeta, amadureceu. E chega agora à plenitude da vida – que desejamos eterna; sem esclerose, Alzheimer e desenganos.
Venceu o Tancredo. Pária para alguns, depósito talvez dos desprezados da sociedade, exílio até para alguns – um deles para “ficar com os pobres” como castigo de suposta insubordinação -; assim venceram os que acreditaram no futuro e na grandeza de Paulo Afonso.
O bairro está bonito! Brilha e fulgura aos 52 anos. Brilham os seus moradores, alma do complexo de bairros em que se transformou o Tancredo Neves. Nas suas ruas largas, o ar puro da esperança de dias melhores vindo da caatinga próxima.
De bicicleta (incompreensivelmente não se fala em ciclovia), entre carros, carretas, caçambas e tratores, eles circulam. Vêm para a ilha, trabalham para o engrandecimento de Paulo Afonso e, cansados do dever cumprido, dormem a noite para um novo dia de trabalho e produção. Dos que ficam, o trabalho de retaguarda e sedimentação.
Por tudo o que acaba de ser dito, Viva o Tancredo Neves. Viva a integração de todos os pauloafonsinos e viva a esperança de dias cada vez melhores para a cidade e para o Brasil.





