Por Francisco Nery Júnior
Um amor das antigas
De meter inveja. Parecer bobo, sendo sábio – como invejamos.
Era perto de um sinal, farol para os paulistas e sinaleira para os baianos. Era um casal. Ele na bicicleta, pronto para virar à esquerda, e ela já virando à direita. Tinham que se separar. Há os afazeres da vida e trabalhar é preciso – além de amar.
O motivo desta escrita foi a despedida final: parado de plantão, atento ao início da caminhada da amada, a recomendação quase imperceptível: “Vá pela sombra”.
Nunca tinha visto a recomendação tão usada por nós outros, às vezes por gozação, tão saída do fundo do coração. “Vá pela sombra”, o melhor que ele tinha para desejar para sua companheira!
Será que ele já tinha lido Victor Hugo em alguma vez de sua vida? De Hugo: “Coisa boa é ser amado. Coisa melhor ainda é amar”. Muito diferente do que vemos na novela das oito.