26 de julho de 2024

Cacique Erineide, da aldeia Truká Tupan de Paulo Afonso, será homenageada com Honra ao Mérito Ambiental

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Redação, sitepa4

Sema e CMMA realizam solenidade para entrega de Honra ao Mérito Ambiental para a Cacique Erineide da tribo Truká Tupan

 

No dia 11 de outubro, a Prefeitura de Paulo Afonso, por meio da Secretaria de Meio Ambiente (Sema) e do Conselho Municipal de Meio Ambiente (CMMA), realiza mais uma solenidade para a entrega de Honra ao Mérito Ambiental. Desta vez, a homenageada será a Cacique Erineide, da aldeia Truká Tupan.

O evento acontece a partir das 10h, no Memorial Chesf.

Na oportunidade será entregue Moção Honrosa ao Colegiado de Engenharia de Pesca da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), pelos 20 anos de formatura da primeira turma.

Boas Práticas na Convivência com o Semiárido

O Semear Internacional já destacou em seu portal oficial, a contribuição das famílias da tribo Truká Tupan liderada por Erineide sobre o que classificou de “Boas Práticas na Convivência com o Semiárido.”

Uma casa para os Encantados! A fabricação de tijolos ecológicos tem possibilitado a dez famílias da tribo Truká-Tupan melhores condições de vida no município de Paulo Afonso, na Bahia.

Com os tijolos ecológicos, a tribo pode desenhar e construir suas habitações de acordo com suas tradições e necessidades. E, além disso, respeitam o meio ambiente, não produzem queimadas nem desmatamento.

“Economiza muito e é um grande respeito que a gente tem com nossas matas, com nosso barro. Não é porque estamos na terra que temos que destruir nossas matas”, declara a cacique Maria Erineide Rodrigues da Silva, mãe de Adriano.

A primeira construção da tribo foi a oca, lugar sagrado para o grupo, onde acontecem as celebrações e reuniões da comunidade com visitantes e parceiros de projetos locais.

Segundo a cacique, foram os Encantados que fizeram o pedido. Eles também orientaram sobre a construção: a porta tinha que ficar de frente para a mata e para a serra.

A tribo já construiu também o espaço da fábrica de tijolos e deu início à uma cozinha comunitária.

A bioconstrução a partir dos tijolos ecológicos é uma forma de viver em moradias melhores, com menor custo que os das construções convencionais. E mais: ela é uma construção ecológica, sustentável, que promove autonomia e tem uma estética que se harmoniza com o meio ambiente.

Esta experiência dos Truká-Tupan teve início quando Adriano Rodrigues da Silva, filho da cacique da tribo, descobriu a máquina manual para a fabricação desses tijolos, feitos à base de solo e cimento.

De tijolo em tijolo, a tribo vai em frente, num processo que funciona com autonomia, economia de recursos e respeito à natureza.

Os Truká têm liberdade para construir – todos se juntam e dividem as tarefas. Um faz os tijolos, outro faz a fundação e, assim, as paredes vão subindo num trabalho coletivo, sem ser preciso pagar mão de obra externa.

Eles também contam com a beleza natural. Os tijolos são bonitos e combinam com a natureza – não precisam de reboco, massa corrida ou pintura, otimizando tempo e recurso.

Nada de quebrar parede. Os tijolos têm furos por onde passam os canos e os fios de eletricidade.

Se um tijolo quebrar na parede, é só retirá-lo e colocar outro no lugar, quebrando de um lado da parede e de outro e encaixando duas metades de tijolo.

As bioconstruções não possuem concreto. Para dar liga entre os tijolos, os Truká utilizam argamassa. Antes, faziam uso da cola tenaz.

Apesar do material para a construção precisar ser comprado, os próprios tijolos podem também servir de geração de renda ao serem comercializados e, assim, cobrir o custo do material.

“Esse tijolo não tem queima e não está destruindo as matas, que o maior impacto que a gente sofre é a falta da Caatinga”, diz Adriano.

Cacica Erineide, do povo Truká-Tupan, já foi alvo de tentativa de assassinato

De acordo com informações do Conselho Indígena Missionário (CIMI), no dia 7 de fevereiro de 2022, a cacica Erineide, do povo Truká-Tupan, foi alvo de uma tentativa de assassinato na área indígena Truká-Tupan, no município de Paulo Afonso (BA). Sentada na porta de sua casa, ela conversava com parentes e crianças da comunidade quando viram um clarão e ouviram o som do disparo. “Voou em nossos ouvidos como se fosse um enxame de abelhas”, afirmaram os indígenas. Ninguém ficou ferido.

Cacica Erineide, do povo Truká-Tupan, conversa com representantes da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia que visitam a comunidade. Foto: povo Truká-Tupan.

 

“Apesar de não terem reconhecido quem efetuou o disparo, a suspeita dos indígenas é de que tenha sido o filho de um dos posseiros da região. Há cerca de 14 anos, os indígenas negociavam a compra do território com o posseiro por meio da Fundação Nacional do Índio (Funai), quando o órgão descobriu que o terreno era público. O posseiro ainda afirma ser dono das terras, mesmo não havendo documentos em cartório que comprovem tal posse e tendo perdido três vezes na Justiça as ações de reintegração de posse.

“Peço a Deus que me dê força, que ajude meus parentes, e peço justiça”

Após o registro de boletim de ocorrência, a tentativa de assassinato foi denunciada também ao Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH), à Secretaria de Segurança Pública da Bahia, à Defensoria Pública da União (DPU), ao Departamento de Polícia Especializada (DPE) e ao Ministério Público Federal.”

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