Encontro Democrático realizado pelo Partido dos Trabalhadores no último dia 15, na Câmara de Vereadores, definiu em votação entre seus filiados a indicação do seu presidente Luíz Neto para compor como vice a chapa majoritária com Raimundo Caires (PSB) nas eleições de outubro. O resultado causou descontentamento entre alguns filiados do PT.
Luíz Neto foi o único candidato a colocar-se à disposição para votação no encontro. O professor Eloy Lago, desistiu da sua candidatura para apoiar Neto. O vereador Dorival Pereira e Gilberto Pedrosa (Maninho) retiraram seus nomes do pleito, por não concordarem que a escolha fosse feita através de votação.
A votação aconteceu após as propostas terem sido colocadas para plenária, onde a maioria presente, 39 filiados, optou pela votação entre eles. Segundo Luíz Neto, um procedimento legítimo, de acordo com o regimento interno do PT. “O encontro foi feito dentro do regimento. Durante todos esses quatro anos que eu venho na condução desse partido, eu tenho feito tudo dentro da legalidade. Até hoje não houve nenhum ato meu que foi desmanchado, revogado, porque não estava de acordo com o regimento. Tudo que eu faço é de acordo com o regimento do partido”, explicou Neto.
No dia 13 de junho, o presidente regional do PT, Jonas Paulo, esteve
Mas, de acordo com Maninho, a reunião com o presidente regional teve outra definição. O processo de escolha deveria ser feito de forma consensuada entre os dirigentes municipais do partido. Para Maninho, a votação do dia 15 não terá validade alguma.Ele disse que foi dada entrada junto à Executiva do PT em Salvador, de uma representação contra o que ficou definido na reunião e da maneira como foi feita a escolha do nome para vice na chapa com o PSB. “Agora estamos aguardando o posicionamento da Executiva do PT
Segundo Eloy Lago, vice-presidente do PT, o processo não tem como ser revertido, “porque nós cumprimos todos os procedimentos legais regimentais do partido”. O vice-presidente explicou sua posição: “eram quatro nomes colocados à disposição para vice: eu, Dorival, Neto e Maninho. Eu retirei a minha candidatura. Maninho nem apareceu no encontro, Pedro Fernando quem disse que era para retirar o nome dele. Maninho nunca apareceu numa reunião do PT nem participou de momento algum do processo. Dorival retirou seu nome porque sabia que era força menor no partido, e se fosse para o voto, que ele perderia, saiu pelo consenso. Quando Jonas Paulo veio aqui, ele colocou que, como eu havia retirado o meu nome, que reunissem os três nomes que haviam ficado para ver se havia um consenso. Jonas falou bem claro que a instância maior é o encontro e não o diretório. A não ser que o encontro delegue ao diretório para decidir, quem decide é o encontro”.
De acordo com Neto, o partido faz tudo em etapas. “Isso nós fazemos previamente já para escolher o nome, para no dia da convenção a gente só registrar. A nossa convenção é apenas formal, ela só ratifica o que foi decidido nos encontros, para a gente não ter que levar essas discussões para o dia da convenção. O processo foi feito legalmente, a Estadual não interfere na decisão. O que aconteceu no encontro está definido”.
“A gente tem que acatar a decisão da maioria, que não foi uma decisão minha, não foi uma decisão de nenhuma tendência, foi uma decisão da plenária, dos filiados. Esse é o nosso compromisso interno, uma vez que o partido decidiu, todos têm que homologar e sair em defesa daquilo que foi decidido aqui. Eu acho que o melhor a fazer neste instante é quem não concordou, dado suas declarações, suas entrevistas dizendo que não concordava, fazendo sérias críticas ao governo, melhor que faz é ser coerente com esse posicionamento e ficar na sua. Eu até respeito que não faça campanha. Quem não concordar, pode ficar em casa sem fazer campanha, o que não pode é apoiar outro candidato”, comentou Neto.
A decisão do Encontro Democrático foi oficializada pelo presidente Luíz Neto, ao presidente do PSB, João Urias, no dia 18. Segundo Urias, o PSB vai acatar as decisões que o partido tomar porque acredita que todos os nomes colocados à disposição são bons nomes para compor a chapa como vice ao lado de Raimundo Caires.
No encontro, também foram definidos os candidatos a vereador do PT, que irão concorrer às eleições de 5 de outubro. Ao todo são 14, entre eles, o Professor Eloy Lago da tendência DS (Democracia Socialista), Roberto Amorim, Cabral, Adauto Alves, Vinícius, Dorival Pereira, Antônio Guedes, Adilson Ângelo, Maria das Dores, Índio, Jucinaldo Frazão, Renato Bregídio de Sá, Moacir Bernardo da Silva e José Fernando da Silva. A coligação proporcional não foi definida no encontro. “Como a discussão na proporcional é mais complexa, o encontro deliberou que a Executiva encaminhe isso”, falou o presidente do PT.