Como era de se esperar, a banda Clã Brasil fez uma apresentação memorável no último dia 26 na Vila da Cultura em comemoração aos 52 anos de emancipação política de Paulo Afonso. Ao contrário da última apresentação da banda na cidade, quando a fria e chuvosa noite contribuiu para que houvesse um público reduzido, desta vez a vila contou com a presença maciça do povo que, não só se deleitou com um clássico repertório do tradicional e autêntico forró, mas acima de tudo se esbaldou no rala- bucho.
De acordo com Lucyane, vocalista da banda, ela e suas irmãs cresceram ouvindo Gonzagão, Dominguinhos e Sivuca, artistas que as influenciaram e que fazem do Clã Brasil hoje uma das melhores bandas do país no gênero do forró tradicional.
Para Lizete, a flautista e caçula da banda, apesar da mídia dar efusivo destaque ao chamado forró eletrônico, isso não impede que a banda Clã Brasil se destaque cantando e tocando a autêntica música regional. Lizete, que encanta tocando flauta transversal e pífano é de uma meiguice e delicadeza que exprimem muito bem a simpatia dessas paraibanas.
Um dos belos momentos do show, dessa banda que é difícil até adjetivá-la, tamanha é a performance dessas meninas, é quando a zabumbeira Laryssa toma posse do violino e dá início a interpretação da clássica “Feira de mangaio”, do genial e saudoso Sivuca.
Auxiliadas pelo violão de sete cordas do seu pai Badu e pelo triângulo tocado pela mãe Maria José, além da percussão do primo Francisco Fernandes, as meninas são verdadeiras “show women” agradando a gregos e troianos e por que não dizer também, baianos?
Fica a nossa torcida para que, tão breve seja possível, o Clã Brasil volte a Paulo Afonso para fazer ressoar o ritmo da indelével e verdadeira música brasileira e, acima de tudo, nordestina, calcada na mais pura expressão artística dessas, não três, mas parafraseando Moraes Moreira, quatro meninas do Brasil, que “tem moderna arquitetura e simpatia mulata”.
