Por Eduardo Silva:
Não há nenhuma anormalidade em Raimundo Caires (PMDB) disputar uma vaga para a Assembléia Legislativa. A sua pretensão é legítima, faz parte da democracia. Paulo Afonso tem outras opções, a exemplo de Paulo Rangel (PT) e Daniel Luiz (PSDB). Este ano, com a ida de Aleluia para o senado, Luiz de Deus (DEM) disputará vaga para a Câmara Federal. Diga-se de passagem, uma notícia muito boa para o governo da primeira mulher presidente, Dilma (PT).
Quem acompanhou o primeiro mandato de Lula (PT), e agora o final do segundo, sabe que Aleluia (DEM) fez oposição implacável ao governo. Com Luiz de Deus não será diferente, porém, será um mandato figurante, sem demérito ao nobre deputado. É do perfil do parlamentar a discrição na forma de atuar. Além disso, já está em final de carreira.
Voltando para a disputa estadual, registro que Caires terá uma votação expressiva. Com a saída de Luiz de Deus, será o mais votado em Paulo Afonso, entretanto não será eleito. Falta-lhe liderança estadual para o complemento de votos necessários a sua vitória. A disputa o manterá vivo na briga para 2012, quando tentará a voltar à prefeitura.
Em relação ao vereador Daniel Luiz, a disputa deste ano, consolidará a sua reeleição para vereador no pleito municipal próximo, pois também não tem cacife eleitoral para uma disputa como esta.
Dos postulantes à Assembléia Legislativa, o mais privilegiado é o atual deputado Paulo Rangel. Em 2006, foi eleito quando o PT era oposição ao governo. Agora, como situacionista, líder do PT e muito próximo do governador Wagner, tem reeleição assegurada, provavelmente com uma votação expressiva, acima dos 42 mil votos obtidos no pleito anterior.
Mário Negromonte Júnior (PP) também concorre à assembléia legislativa, e, por enquanto, não tem brilho próprio. Isto não quer dizer que não tenha legitimidade para a disputa. Com a força do bem articulado Mário Negromonte (PP), Mário Júnior é outro que ocupará vaga no parlamento baiano, mas terá que demonstrar a sua capacidade, para não ficar apenas no projeto “painho”. É possível Mário Jr. ser bem sucedido e construir uma carreira desvencilhada do pai. Isto ocorreu com o competente parlamentar – falecido precocemente – Luiz Eduardo, filho de ACM. O desafio está posto. Caso o Jr. pretenda ter vida longa na política terá que se afirmar, afinal, pai não é para vida a toda.
Todos têm seus méritos, e por mais que discordemos deles, são líderes e ocupam espaços que conquistaram com o voto popular, como impõe a democracia.