Por Marco A. S. Gomes*
Celebrar 62 anos de emancipação de Santa Brígida, Bahia, é honrar um passado repleto de histórias, tradições e uma rica cultura que moldaram a identidade do nosso querido município. Como um natural da terra que saiu para estudar e trabalhar longe, mas que nunca perdeu os vínculos com as pessoas e a cultura local, sinto-me profundamente conectado a cada conquista e desafio enfrentado por nossa comunidade.
Santa Brígida é um município que se destaca pela sua história única e pela força de sua gente. Sediada em meio ao sertão baiano, nossa cidade tem raízes profundas no cangaço de Maria Bonita e no misticismo religioso de Pedro Batista, figuras que deixaram marcas indeléveis em nossa cultura. A tradição de festejos populares, como a festa de São Pedro, a Dança dos Guerreiros a culinária típica são aspectos que mantêm viva a nossa identidade e nos conectam ao passado.
No entanto, ao analisarmos os indicadores sociais e econômicos de Santa Brígida, percebemos que ainda há muito a ser feito para alcançar o desenvolvimento que almejamos. O índice de desenvolvimento humano (IDH) e a renda per capta são baixas, as fontes de emprego e renda são quase totalmente dependentes de emprego e programas de renda públicos e os serviços básicos, como saúde e educação, ainda enfrenta desafios significativos. Esses indicadores refletem uma realidade que exige ações concretas e eficazes.
As administrações públicas municipais ao longo dos anos têm falhado em adotar práticas modernas de gestão. A falta de planejamento, o déficit de governança e a ineficiência na execução de políticas públicas são questões recorrentes que impedem nosso progresso. Em pleno século XXI, é inadmissível que ainda utilizemos métodos arcaicos e pouco eficientes para gerir nossa cidade.
Este ano, com a aproximação das eleições municipais, é crucial que façamos uma reflexão crítica sobre os candidatos e suas propostas. Infelizmente, o que se percebe e a ausência completa de projetos de governo minimamente estruturados que contemplem ações concretas para o desenvolvimento econômico e social de Santa Brígida. Não podemos aceitar promessas vazias e discursos superficiais; precisamos de um plano de governo baseado nas potencialidades do nosso município e no uso das tecnologias emergentes.
Para transformar Santa Brígida, seguem aqui algumas dicas de políticas públicas:
- Governança e Participação: estabelecer práticas de gestão transparente e participativa para construção de políticas públicas.
- Educação e Capacitação: investir em programas de qualificação profissional e educação continuada para preparar nossos jovens para o mercado de trabalho.
- Emprego e Renda: fomentar o empreendedorismo local de bens e serviços.
- Saúde: implementar um sistema de saúde eficiente, com foco na atenção básica e prevenção de doenças, utilizando tecnologias de telemedicina para ampliar o acesso.
- Agricultura e Pecuária: desenvolver projetos de incentivo à agricultura familiar e pecuária sustentável, aproveitando nossas potencialidades naturais.
- Turismo: promover o turismo cultural e ecológico, valorizando nossos atrativos naturais e históricos.
- Tecnologia e Inovação: criar um centro de inovação e tecnologia para fomentar startups e negócios locais, aproveitando as tecnologias emergentes para impulsionar a economia.
Neste momento crucial, cabe convocar todos os eleitores de Santa Brígida a adotarem uma visão crítica nas eleições. É fundamental escolhermos governantes que apresentem propostas de políticas públicas baseadas em evidências e adequadas à nossa realidade. Não podemos mais aceitar a mediocridade e a falta de compromisso com o nosso futuro. Precisamos de líderes que estejam realmente comprometidos com o desenvolvimento econômico e social de nossa cidade.
A cidade merece mais. Merece governantes que valorizem sua história e cultura, mas que também olhem para o futuro com ousadia e inovação. Que este ano eleitoral seja um marco de mudança e progresso para nossa querida cidade.
*Marco Gomes (@marcogomesreal) é graduado em Engenharia Elétrica e Economia, Mestre em Gestão Pública pela Universidade de Brasilia (UnB) e Doutorando em Administração Pública pela Universidade de Lisboa (Ulisboa). É Especialista em Regulação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
