Após o comunicado sobre a paralisação parcial dos atendimentos médicos no Hospital Nair Alves de Souza e na UPA, iminentemente agendada para o dia 5 de novembro, o ex-prefeito de Paulo Afonso, Zé Ivaldo, apresentou nesta sexta-feira (1º), durante o programa Radar com Ozildo Alves, na Rádio Anginquinho, alguns questionamentos sobre a transparência e a legalidade da decisão tomada pela diretora médica das unidades, Dra. Damyris de Mattos Barboza.
No ofício direcionado ao secretário de Saúde e ao Conselho Regional de Medicina da Bahia (CREMEB), a diretora justificou a paralisação parcial pela não aprovação da complementação orçamentária, e como consequência, a falta de recursos, o atraso no pagamento de salários dos profissionais das unidades e o desabastecimento de insumos essenciais.
Zé Ivaldo, entretanto, levantou alguns pontos sobre a medida, especialmente no que diz respeito ao diálogo com médicos e com a prefeitura antes da tomada da decisão. Ele questionou se houve uma assembleia dos médicos para aprovar a greve e destacou a importância do sindicato da categoria na mediação da situação. “Outros questionamentos se impõem: houve assembleia dos médicos para decidir a greve? Houve negociação prévia com a prefeitura?
Conflito de interesses?! Ele ressaltou que, como diretora das unidades, Dra. Damyris faz parte da equipe dirigente da prefeitura e, portanto, tem o dever de assegurar o funcionamento adequado dos serviços de saúde. Por outro lado, ao afirmar representar os médicos, ela assume o papel de defender os interesses da categoria, o que pode significar pressionar a gestão por melhores condições, inclusive mediante a suspensão de atividades. “Como se diz, não se pode servir a dois senhores”, observou o ex-prefeito.
O ex-prefeito também questionou se todos os requisitos legais foram observados e comparou a situação com o conceito de “lockout” – quando uma paralisação é promovida pelo próprio empregador, o que é considerado ilegal e proibido. “A pergunta final: trata-se de uma greve decidida pelos profissionais empregados ou é um lockout promovido pela administração municipal, o empregador?”, questionou.