O ‘jovem Gal’ se foi – Se foi mas, ao longo dos seus 77 anos de vida, teve muita vontade de viver.

Por Fabiana Galdino
Este talvez esse seja o texto mais difícil de escrever.
Escrevo do seu escritório, no seu computador… e não tem como não sentir uma enorme saudade.
O ‘jovem Gal’ se foi.
Se foi mas, ao longo dos seus 77 anos de vida, teve muita vontade de viver.
Ele estava feliz, animado para terminar mais um livro.
Feliz por ter feito várias palestras e ter recebido várias homenagens em Julho/25, mês de aniversário da cidade que escolheu amar como se aqui tivesse nascido.
Homenagens que retrataram a sua importância como Historiador, Escritor e Professor.
Teve a capa do seu livro “Os Caminhos da Educação, de Forquilha a Paulo Afonso – Escolas da Chesf e de Paulo Afonso” estampada nas camisas do grupo de Ex-Alunos do COLEPA, onde – no passado – foi Professor e de onde herdou o apelido carinhoso de Tio Gal.
Foi destaque no desfile de aniversário da cidade, estando à frente do pelotão de ex-alunos do COLEPA e ao lado da réplica do seu livro, confeccionada com muito carinho pelos amigos de longa data.
Homenagens feitas em vida e que o fizeram se sentir amado.
Como filha, tive o privilégio de passar os últimos dias com ele enquanto esperávamos para fazer alguns exames.
Presenciei suas ligações para familiares e amigos, dizendo que estava sendo muito bem cuidado no hospital e fazendo planos para quando retornássemos a Paulo Afonso.
E ouvi, dez minutos antes da sua partida, ele me dizer: “vá para casa descansar, pois você tem sua mãe para cuidar e seu negócio para tocar. Descanse, curta seu esposo e seus filhos, pois quando eu tiver alta quero voltar para casa”.
É, a despedida dói, mas sabemos que um dia chegará a hora de partirmos.
É o ciclo da vida.
As vezes uns vão mais cedo, outros viram a casa dos 100 anos. O fato é que, um dia, o ciclo encerra.
E o importante é saber que – durante a nossa caminhada – vamos espalhando sementes e estas sementes nos manterão vivos aqui.
E ele, com toda certeza, espalhou boas sementes por onde passava.
E, de repente, não estava mais aqui. Mas, ELE FICOU.
Ficou na lembrança e no coração de cada um que conviveu com o ele.
Ficou e ficará nas histórias de família, no coração da companheira de quase 60 anos de vida em comum, das filhas, netos e genros.
Ficou nas lembranças de amigos e familiares que hoje convivem com sua ausência.
Ficou em cada canto da casa e do escritório onde ele redigia seus textos.
A sua memória continuará viva nos seus livros, nos seus textos e principalmente nos nossos corações.
Não queremos perder quem amamos. Entretanto, quando entendemos que Deus sabe o dia de cada um de nós e que os planos Dele são sempre maiores que os nossos, o conforto vem.
Vem em forma da oração de pessoas queridas e dos abraços apertados que dispensam qualquer palavra.
Vem na forma de agradecimento a Deus por cuidar de cada detalhe da vida de Painho (e também da nossa)
Vem quando entendemos que Deus o poupou de um sofrimento maior.
Vem quando percebemos que temos mais lembranças boas do que ruins para consolar os nossos corações.
“Escrever é meu jeito de ficar por aqui. Cada texto é uma semente.
Depois que eu for, elas ficarão.
Quem sabe se transformarão em árvores!
Torço para que sejam ipês amarelos.” (Rubem Alves)
E, assim como Rubem Alves, Painho também concordava que esta árvore seria uma linda e frondosa Caraibeira (Ipê Amarelo).
Este texto é uma singela homenagem ao eterno Professor Galdino que foi Filho, Marido, Pai, Irmão, Tio, Avô, Cunhado, Sogro, Amigo e Professor nas nossas vidas e por todo ensinamento que ele passou a cada um de nós.
Texto: Fabiana Galdino
Instagram e Facebook @quandoviratexto
Foto: Antônio Galdino da Silva





