Por Francisco Nery Júnior
Duas bênçãos para Paulo Afonso. Uma, veneranda benção, o Hospital Nair Alves de Souza que nos socorreu nas horas difíceis e onde alguns de nós nascemos. Outra, a UNIVASF, Universidade do Vale do São Francisco.
O significante forte e belo do termo universidade nos enche de esperança. É nas universidades de países sérios que os dilemas, problemas e aspirações do mundo são contemplados; ponderados, pensados, mastigados e as soluções são oferecidas à comunidade ou à nação; ao mundo.
Temos, na nossa cidade, no nosso vale (interessante que os paredões do cânion do rio nos cassam a ideia que estamos em um vale), uma faculdade que prepara médicos. Como um erro de um médico pode significar a morte de um paciente, melhor bem preparar os nossos doutorandos. De entrada, vamos e queremos defender a cessão do HNAS para uso e abuso da nossa faculdade de medicina. Como hospital universitário, poderá vir a ser um oásis de pesquisa e realização para os estudantes.
Há hospitais menores na região, mas um hospital localizado no entroncamento de quatro estados está fadado a ser um hospital-escola, hospital universitário de várias clínicas absorvido e sustentado pelo Governo Federal.
Pelo que estamos informado, o antigo HNAS funciona, para toda uma região, mantido, em grande parte, pela Prefeitura Municipal de Paulo Afonso. Não é necessário muito esforço de raciocínio para se chegar à conclusão que um hospital regional requer a alocação de recursos que a prefeitura não tem.
Temos lido o empenho do senhor reitor da UNIVASF e do prefeito em exercício no sentido que o antigo hospital seja absorvido pelo Governo Federal. É, simplesmente, uma questão de bom-senso que carece ser levada em consideração.
Nada melhor para o Programa Mais Médicos do Governo Federal que um hospital-escola bem na boca de entrada do Brasil Central. Os voluntários bandeirantes da medicina moderna teriam uma base de grande importância logística para levar a saúde básica para os mais humildes distantes dos grandes centros do Brasil.
Como o nosso espaço de coluna é limitado, podemos parar por aqui. As condições políticas são favoráveis. A Bahia, que liderou a concessão dos votos que levaram Luís Inácio da Silva de volta à presidência da República, está bem representada na cúpula do poder central. O chefe da Casa Civil é o ex-governador Rui Costa.
Ousamos dizer que determinadas soluções saltam aos olhos. A transformação do Hospital Nair Alves de Souza em um hospital universitário gerido pela Ministério da Educação é uma delas.
Nós outros baianos, mais uma vez, estaremos cheios de orgulho [santo] por servir responsavelmente ao Brasil.