Nossa análise política – Rui Costa senador, ACM Neto no governo da Bahia (Francisco Nery Júnior)

Por Francisco Nery Júnior

O meu pai atribuía qualidades de profetisa à minha mãe. “Também, a gente está vendo que vai acontecer”, retribuía ela. Além do que, faro foi dado aos cachorros, como visão aos linces e premonição aos roedores.

Arriscamos, verbo arriscar no passado, pintar o quadro da sucessão política na Bahia em artigos passados – e acertamos. O site reproduz matéria publicada no Bahia Notícias: Rui Costa sairá candidato ao Senado [Federal] e Otto Alencar, que engoliu a isca, ao governo da Bahia. Jaques Wagner coordenará a campanha de Lula à presidência da República. Com Lula bem na frente nas intenções de voto, o galego mineiro se contentou com a esperança de um cargo no primeiro escalão do futuro governo. A conclusão é nossa levando em consideração que ele ainda tem mais quatro anos como senador da República. Favas contadas ele, que não é bobo, prefere não arriscar a possibilidade de perder para ACM Neto após quase vinte anos da esquerda no poder na Bahia, o que poderia ser caracterizado como humilhação.

Fica assim aberta a via para o que chamamos de alternância do poder no regime democrático na Bahia. ACM Neto muito provavelmente (vide pesquisas) será o próximo governador (a imagem de Otto na CPI da Covid não o ajudará), Rui Costa será senador com o aval de uma grande quantidade de votos, Lula pode voltar à presidência e Jaques Wagner, nessa hipótese, será um dos figurões do governo. Assim dizem os ventos. Assim acontecerá se a maré não mudar. Assim será se Deus permitir.

E daqui a quatro ou oito anos, finalmente teremos um baiano na Presidência da República, a menos que haja condições muito favoráveis em um contexto geral, dentro e fora do Brasil, e o PT no governo não repita os erros e escorregões do passado.