
Por Francisco Nery Júnior
Eram as Casas Pesqueira de Alonso Maciel. Ele pertencia a um grupo de imigrantes que souberam pegar o bonde na hora e na marcha certas. Pioneiros sonhadores que investiram e trabalharam duro para que Paulo Afonso se consolidasse e se tornasse um lugar melhor para se viver. A seu modo, na dureza que se impunha, alcançaram o sucesso.
Sem diploma de economia, usaram o tirocínio, navegaram na onda do futuro certo da cidade – na cabeça deles não ia acabar – e bombaram os seus negócios. Eram os empresários dos nossos primórdios.
Três lembranças de Alonso: a primeira, que denota prudência, foi quando lhe sugeri montar um grande supermercado na Apolônio Sales, daqueles que eu entrava quando de férias em Salvador para distrair a mente, sondar as novidades e comprar uma delas (ainda não existiam os shopping centers). Assim eu argumentava. A dúvida, porém, desta vez lhe bateu na cabeça e ele preferiu esperar a poeira baixar após a construção das usinas de Moxotó e PA-IV. O G-Barbosa se instalou e Alonso como que se acomodou. Me vem à cabeça a afirmação de Aristóteles Onassis: “Se você não estiver sempre querendo mais, terá sempre menos”. A afirmação vai muito além da ganância.
A segunda lembrança se refere ao gosto do empresário pelo “chão da fábrica”. Na devolução de garrafões de água mineral pelo pessoal do Banco do Brasil, faltava um garrafão. Alonso não contou conversa e se dirigiu, pessoalmente, à agência. À censura de uma funcionária ao ato, o comentário de uma outra: “Por isso ele chegou onde chegou”.
A administração José Ivaldo levou a sério a arborização da cidade. Colaborei alguma coisa para tal. Sondamos Alonso e plantamos uma árvore ao lado da Pesqueira Um. A árvore cresceu e se tornou propriedade única e inegociável de Alonso Maciel. Ao redor, uma proteção tipo cavalete ou o que o valha. Era um estacionamento privativo. A árvore e a sombra eram privilégio único e intransferível dele.
Alonso passou e com ele a amada árvore. (Alonso, como nós outros, era capaz de demonstrar amor pelas árvores.) Em vão, algumas vezes, em consideração ao seu ato, ou testemunho de responsabilidade pelo meio ambiente; em vão tentei, junto aos responsáveis pelo atual supermercado onde funcionava a Pesqueira Um, plantar uma nova árvore no lugar da velha.
A propósito, na área não existem árvores! Ademais, nada de urbanização. A Amâncio Pereira, onde o calçamento da Vila PotY praticamente começou, carece de urbanização. Na área, os empreendedores respeitáveis de hoje: F S Copiadora, Barbearia de Ribeiro, Mercado de Frutas e Legumes Municipal, Imobiliária de Lourival, Magazine Cinderela, dentre outros. A urbanização de vários locais da cidade avança rapidamente. A inclusão de melhoramentos na Amâncio Pereira nos faria felizes a todos nós.
Na Poty, a cidade nasceu. Consolidou-se e se desenvolveu. Na Poty, a esperança permanente de uma cidade que veio e chegou para ficar.
Francisco Nery Júnior







Alonso foi pioneiro na promoção de shows para lazer dos pauloafonsinos (vide foto ilustrativa) e autor de ações sociais semelhantes ao que hoje chamamos distribuição de cestas básicas, assim como apoios eventuais a promoções culturais. O espaço está aberto, com o apoio certo do site, para quem, melhor do que eu, puder comentar.
Obrigada!
Bom dia, Sr Francisco Nery Júnior o senhor não sabe o quanto estou lisonjeada em ver resgatar parte ( ou melhor nem 5%) da história deste grande pioneiro ao qual eu me orgulho imensamente de ter tido o privilégio de ser filha dele.Ao mandarem o texto descrito quanto meu coração encheu de alegria, pois coincidentemente encontrei Sr Aníbal e falei o quanto o meu pai daria um livro e lá ele relatou tantas histórias que só me orgulham deste homem. Quem infelizmente foi esquecida pela política local prq a história do meu pai nunca deveria ser esquecida e enquanto eu estiver viva terei o privilégio em contar. Meu pai foi um homem além do seu tempo empreendedor, publicitário, reconhecia através dos shows e da distribuição dos peixes uma forma de gratidão ao seus clientes.Deixo aqui em meu nome Letys Amônica Maciel meus maiores sinceros agradecimentos não só em meu nome, mas em nome de toda a família Maciel com exceção de um minoria que suja todo legado do meu pai. Eles podem está falhando aqui na justiça da terra, porém com a justiça divina a conta será paga. Deus abençoe o senhor infinitamente junto a sua família.