O vereador Marconi Daniel trouxe à tona uma questão que reacende debates sobre transparência e responsabilidades na gestão pública da saúde. Em sessão desta segunda, 04/11, Marconi apresentou um ofício solicitando o desarquivamento da CPI da Saúde, um tema que havia sido arquivado em abril de 2023 após decisão judicial.
A comissão prometia investigar os contratos de compras realizados pelo governo municipal durante o período crítico da pandemia, mas acabou sendo desativada pela presidência da Câmara, sob liderança de Zé de Abel, então aliado do governo.
A situação ganhou repercussão após o recente anúncio de que o Hospital Nair vai reduzir atendimentos e passará a atender apenas casos mais graves. Essa decisão provocou preocupação e insatisfação na comunidade, que vê no desmonte da CPI uma falta de empenho das autoridades para esclarecer como os recursos públicos têm sido utilizados na saúde.
Marconi Daniel criticou abertamente o arquivamento da CPI, sugerindo que “negociações políticas” foram determinantes para frear a investigação. A fala sugere uma articulação para proteger interesses, o que na visão de Marconi prejudica seriamente a transparência na administração municipal.
O caso repercute como um possível uso de influência política para evitar a abertura da caixa-preta dos gastos públicos durante a pandemia, uma situação que Marconi Daniel acredita ser injustificável: “A CPI é fundamental para garantir que a população saiba como e onde foram aplicados os recursos milionários da saúde. O município gastou só neste ano mais de 100 milhões de reais, e a população tem o direito de saber se isso foi feito de forma justa e transparente.”
Ao fim, Daniel conseguiu que o pedido de desarquivamento da CPI da Saúde seja analisado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ). Além de emplacar outra pauta: aprovar o requerimento que visa instaurar uma CPI para investigar a compra e venda de terrenos no município, batizada de CPI dos Terrenos.
A tentativa de reativar a CPI traz à luz o desejo da população de Paulo Afonso por uma política de saúde mais transparente e que preste contas do uso de verbas públicas em momentos de crise.
Enquanto isso, a população continua a cobrar explicações e a exigir que o direito à saúde seja tratado com a seriedade e o respeito que merece.