29 de março de 2024

Homem que matou dois policiais rodoviários no CE virou andarilho após ter moto roubada, diz PRF

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Redação (pa4.com.br) com g1

Dois policiais rodoviários federais são mortos na BR-116, em Fortaleza. — Foto: Fabiane de Paula/SVM

 

O suspeito de matar dois policiais rodoviários federais em Fortaleza trabalhava como pedreiro na cidade de Aratuba, no interior do Ceará, e virou andarilho após ter uma moto roubada, conforme informado pelo chefe da 3ª delegacia da Polícia Rodoviária Federal (PRF), inspetor Darlan Antares, em entrevista na manhã desta quinta-feira (19).

Os dois agentes foram mortos a tiros em um trecho da rodovia BR-116 com a Avenida Oliveira Paiva, no Bairro Cidade dos Funcionários. Um vídeo mostra o suspeito andando entre os carros antes do crime. (veja acima) Outro vídeo feito por testemunhas e que pode ser visto abaixo mostra o momento do tiroteio. É possível ouvir sete disparos.

Após atirar nos policiais, o autor dos disparos foi morto por um policial que passava pela via.

“A irmã da vítima chegou lá e identificou, trouxe a documentação dele e informou que ele é da cidade de Aratuba. Aconteceu um episódio de um roubo de uma motocicleta com ele, após esse episódio ele decidiu por conta própria sair como andarilho pela cidade e desde o ano passado ele estava aqui por Fortaleza andando pelas ruas a esmo”, afirma Darlan Antares.

O suspeito de atirar e matar os agentes na manhã de quarta-feira (18) é Antônio Wagner Quirino da Silva, de 31 anos. A identificação do homem foi feita pela Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) por meio necropapiloscopia, técnica utilizada pelos peritos para realizar a identificação de pessoas mortas por meio das impressões digitais.

Horas após o ocorrido circularam nas redes sociais informações e fotos de que o autor do crime contra os agentes seria um ex-fuzileiro naval, o que foi desmentido pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Segundo a Secretaria da Segurança Pública, Antônio Wagner não tinha antecedentes criminais.

“Têm algumas notícias aí que são totalmente falsas. A informação verídica é que ele era um pedreiro lá de Aratuba, que depois de um episódio lá gerou esse desequilíbrio emocional e ele virou um morador de rua, um andarilho”, disse o inspetor Darlan.

Os policiais mortos foram identificados como Márcio Hélio Almeida de Sousa, 53 anos, e Raimundo Bonifácio do Nascimento Filho, 43 anos. Eles estavam na corporação há pelo menos 15 anos e faziam parte do Grupo de Motociclismo Regional (GMR) da PRF, unidade é especializada em motopatrulhamento e escoltas.

Raimundo Bonifácio do Nascimento Filho e Márcio Hélio Almeida de Sousa, policiais mortos em Fortaleza. — Foto: Arquivo pessoal

 

Os agentes são velados na manhã desta quinta-feira (19), na Superintendência da PRF. Bonifácio será enterrado no período da manhã, no Cemitério da Parangaba. Já o enterro de Márcio Souza será à tarde, no Cemitério Jardim Metropolitano.

Ainda segundo o chefe da 3ª delegacia da PRF, a polícia aguarda a liberação do laudo da perícia e do exame balístico para entender algumas lacunas sobre o crime.

“Têm algumas peças que ainda estão faltando, como o laudo da perícia, o exame de balística, que vão tentar fechar o que ainda está em aberto”, disse o inspetor.

Entre as dúvidas da PRF, está se Antônio Wagner tinha habilidade com armas ou se foi uma fatalidade ele ter conseguido matar os policiais.

“Essa é uma das interrogações que a gente tem. A gente não tem o cenário completo, mas para atirar uma arma até uma criança atira. A gente entende como uma fatalidade os tiros terem sido tão certeiros daquela forma. Poderiam ter sido tiros a esmo, poderiam ter pegado em outras pessoas que estavam passando ali, em ônibus, carros e infelizmente atingiram nossos colegas de uma forma fatal e não deu possibilidade de eles reagirem”, disse o inspetor da PRF Darlan Antares.

Outro questionamento é se as armas dos policiais rodoviários estavam destravadas e como o suspeito teve acesso a elas.

“A arma que a gente utiliza é Glock, ela tem uma trava natural no gatilho. O que impede de alguém acessar a arma é o coldre, então todos os nossos coldres têm uma trava. Essa interrogação é que fica: como que a trava do coldre foi destravada e o cidadão teve acesso à arma dessa forma? Isso é uma pergunta que a gente não tem como responder agora”, ressalta Darlan.

Outra dúvida da polícia é saber se os policiais estavam com as armas em punhos quando elas foram tomadas pelo suspeito.

“Isso também é uma lacuna que a gente não sabe se ele conseguiu destravar a arma do coldre e sacar ou se o policial já estava com a arma engajada achando que era um assalto no ônibus. Porque foram os passageiros do ônibus que começaram a chamar os policiais. Eles foram no primeiro momento achando que era um assalto a um ônibus. Quando viram que era um andarilho, ninguém sabe o que se concedeu a partir daí, se guardaram o armamento, se continuaram engajados, se houve a luta corporal, se foi a partir dali ou se foi mais a frente quando foram retirar ele da rodovia. Eles foram salvar a vida do andarilho, foram lá para evitar que ele fosse atropelado e aconteceu tudo aquilo inesperadamente”, relata o inspetor.

Os dois policiais que estavam patrulhando a via retiraram um homem em situação de rua que transitava entre os carros, segundo a Secretaria da Segurança Pública. Após ser abordado, o homem tomou a arma de um dos policiais e os matou. De acordo com o policial rodoviário Márcio Moura, antes, os agentes atenderam o motorista de veículo em pane, no acostamento da rodovia.

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