CRÔNICA – Dia 21 de setembro, Dia da Árvore – Como salvar a humanidade
Por Francisco Nery Júnior
Morei na França por um período e ouvi de um sábio francês que a humanidade afundará em três gerações. O termo foi effondrer; desmoronar, colapsar, romper. Não usou anéantir; aniquilar, eliminar – sinal que conhece as Escrituras.
Como moro no Brasil, planto árvores. Com o DNA bisneto de um imigrante português do final do século dezenove, Olímpio Nery da Silva, que se encantou com uma cabocla da Cidade da Barra, a Velha Maria, não fujo à terra.
Para evitar o colapso da nossa civilização, plantar árvores. Ações que tais evitam o cumprimento da profecia. Se os cerca de trinta milhões de ribeirinhos da Bacia do São Francisco plantassem árvores ao longo do rio e protegessem as nascentes próximas, teríamos o reservatório de Sobradinho sempre cheio com água suficiente para um amplo programa de irrigação (a expansão da fronteira agrícola da Bahia pressupõe a garantia de irrigação) e uma quinta usina de geração de energia elétrica em Paulo Afonso, quiçá uma sexta.
Teríamos que ter alguém no Governo da República despojado de narrativas simplórias que liderasse um amplo programa de educação ambiental ciente – e comprometido – que a educação tem sido o caminho dos países desenvolvidos.
Com isso na cabeça, levando em consideração o caráter educativo, em nome da ALPA, Academia de letras de Paulo Afonso, e com algum apoio da Prefeitura Municipal, plantamos uma muda de Palmeira da Índia no início da Avenida Apolônio Sales quatro dias antes do Dia da Árvore. O evento foi competentemente coberto pelo radialista Antônio Carlos Zuca responsavelmente despachado pela Rádio Bahia Nordeste.
Que as manifestações prováveis de simpatia sejam consubstanciadas em plantio de inúmeras outras árvores na nossa cidade e ao longo do velho, cansado, talvez decepcionado, Velho Chico.
É o que podemos fazer para não desmoronarmos em pouco tempo.