Da cachaça à loucura. Por Francisco Nery Júnior

Assim caminha o Brasil. Falar do Brasil, falar de economia. Que mais falar? Somos de Paulo Afonso que é parte do Brasil e sem o danado do dinheiro não se faz nada. Quando numa casa não tem pão, o que esperar senão briga e desavenças sem razão? O cobertor curto, como paz na cama? Então, data vênia de você, leitor, a nossa economia vai mal. O Brasil desce a ladeira. Os apertos virão. Já estão vindo. São cortes de investimentos, desaceleração de projetos e incertezas. Para o bom teórico, nesse clima, não há economia que decole.

Falar da economia do Brasil e não falar de Paulo Afonso. A cidade está bem tratada e bem servida no que tange à administração municipal. Temos boas escolas municipais, logradouros bem cuidados e temos projetos sociais não deixando de exaltar, obviamente, a busca da excelência. Falar da economia nacional é falar de Paulo Afonso sem querer ser repetitivo.

Os indicadores não melhoram. Por isso conversamos sobre economia. A taxa – altíssima – de desemprego não desaba. Por isso insistimos na necessidade de um governo desenvolvimentista. Sem visão e sem desenvolvimento, nada de nação. Nada de paz social; muito menos felicidade. Sem isso, aumento estarrecedor do feminicídio. Sem eles, assaltos onde os assaltantes são coisas muito, mas muito abaixo dos irracionais.

Provavelmente por falta de uma ameaça maior na nossa história, os brasileiros pensam mais em si do que no grupo. Demonstram, via de regra, falta do conceito de nação. Esquecem-se que dois duros não levantam um muro. E vamos descendo. Incompreensivelmente vamos em direção do precipício. Na hora do perigo, os americanos sabem se unir. Na hora de derrotar o nazismo, a França soube se arregimentar após as primeiras cessões à pressão do invasor. Cabo Verde são dez ilhas espalhadas na costa ocidental da África, pequeno país que sobrepujou a inviabilidade da independência de Portugal. Pude verificar, nas três vezes que visitei aquele país, como o sentimento de nação neutraliza a separação causada pelas águas do Atlântico.

E no Brasil, Fernando Henrique Cardoso vaidosamente metia o bedelho em tudo antes da derrota do PSDB nas últimas eleições. José Sarney está calado e Fernando Collor se acolhe no mandato de oito anos de senador. E Lula…

Lula afirma da cadeia estarmos sendo governados por loucos para ouvir de Jair Bolsonaro que é melhor termos loucos por governantes do que cachaceiros. Pobres de nós.

Francisco Nery Júnior