
Pedro Nascimento do SPOM
Por Francisco Nery Júnior
Hoje comparecemos ao seu sepultamento. A despedida final se deu no templo da Primeira Igreja Batista de Paulo Afonso. Os que compareceram participaram do testemunho do pastor Fernando Agra: Pedro o conciliador. Pedro o diplomata que insistia, de início, de o chamar de Vossa Senhoria. Ele nos descreveu o que Pedro realmente era e foi para nós.
Assim sendo, neste espaço, nos limitaremos ao Pedro do SPOM. Com SPOM compreendemos o conjunto de instalações e operações para a manutenção do Acampamento Chesf. Foi lá que trabalhei como assessor dos engenheiros Frederico Fausto e João Soares por três anos e conheci Pedro já como encarregado de determinado setor. Para ele, eu era o Teacher Nery. Assim carinhosamente me tratava como bem me tratavam todos os membros do SPOM no total de 315 empregados.
Muito ao contrário da narrativa criada e difundida sobre O SPOM, o setor funcionava a contento em um ambiente de curiosa cumplicidade, mesmo lealdade, realidade nova para mim dentro da Chesf. Posso dizer que passei por lá sem nenhum arranhão de importância com os subordinados de Fred e Soares. Até me senti desconcertado ao receber, logo no primeiro ano, minha primeira promoção que entendi como reconhecimento pela minha presença e participação no órgão. Recebi o meu primeiro “pingado” na Chesf. Após os três anos, acompanhei o engenheiro Fred ao Centro de Formação Profissional de Paulo Afonso, CFPPA, a seu pedido, o que muito me honrou.
Retomamos a linhada de Pedro e do SPOM. Os tempos eram outros e a turma era peculiar. Logo aprendi que as regras de gerenciamento, em se tratando de atividades de manutenção, algumas urgentes e fundamentais para o funcionamento das instalações da companhia, tinham que ser flexíveis.
Soluções de continuidade não aconteciam na nossa área de atuação. Para isso foi fundamental o tato e a condução do pessoal pelos engenheiros Fred e Soares. Os leitores já sabem que eles eram peculiares além de serem tratáveis e, importante, competentes. Tudo se resolvia no SPOM graças à tática – às vezes paciência – deles dois. E nós, uma meia dúzia de assessores, dávamos tudo de nós mesmos para imitá-los. Por isso tudo dava certo. Quando algum problema me aperreia, logo me tranquilizo com as palavras do doutor Fred: “Calma, rapaz, tudo se resolve”.
Então fomos para o CFPPA. Para tranquilidade de todos, o SPOM caiu, em pouso dos mais suaves, nas mãos de Pedro Nascimento. Com diplomacia, calma, experiência e competência, ele foi tudo o que acabamos de testemunhar em Frederico Fausto e João Soares. Foi um bom aluno da escola dos dois.
Aos três, o nosso mais profundo agradecimento. Sem rompantes nem malabarismos, muito menos sem hipocrisia ensaiada, ainda sem perseguições mesquinhas que não levaram a nada em outras bandas, cumpriram a sua missão e ganharam um lugar permanente nos nossos corações que hoje exultam em reconhecimento e gratidão.





