A redação está como grafada na minha cabeça. Foi dispensada uma pesquisa fácil de ter sido realizada. Entrementes, uma coisa intrigava o menino de menos de oito anos: o que seria derradeiro? Ninguém da casa foi consultado e a dúvida se dissipou em futuro próximo.
Agora o menino já ia deixando a infância para trás. Onze, doze, ou lá pelos treze anos. Na parede da casa de Dona Mariinha, espécie de mascate fornecedora de panos e apetrechos domésticos para minha mãe, um quadro.
A minha mãe, sorrateiramente, às escondidas do meu pai – que odiava prestações –, comparecia, escolhia e comprava. Comprava em prestações mensais. Ela adorava a casa. A arrumação enchia-lhe o espírito de prazer. O menino entendia bem a situação e entrava em conluio com a mãe. Assim sendo, sobrava para ele a tarefa de entregador das parcelas mensais.
O quadro? Abaixo de uma paisagem bucólica, a árvore a sangrar, a inscrição: “Sê como o sândalo que perfuma o machado que o fere”.