Olimpíadas de Paris – O que gostaríamos de ouvir dos nossos políticos
Por Francisco Nery Júnior
Pontapé inicial das Olimpíadas 2024 de Paris. Colossal e mesmo formidável. Com os seus defeitos até. A bandeira olímpica foi hasteada de cabeça para baixo e a Rússia, talvez despeitosa, acusou um fracasso total apontando o condutor da bandeira olímpica como um viciado.
De Tony Estranguet, presidente do Comitê Paris 2024, vem a nossa inspiração e dele traduzimos, de um francês puro e envolvente, o excerto abaixo que acreditamos saído do mais recôndito do seu coração. Invejamos a sua postura, louvamos a pureza, nos esforçamos para imitá-lo e o mesmo desejamos aos nossos políticos que tanto se esforçam para capturar o nosso voto.
Data vênia do leitor, uma palhinha do Le Figaro de 27 de agosto, fonte das nossas citações, para os nossos políticos. Melhor se ligar – e depois nos agradecer. O excerto é de nada mais, nada menos, que de Victor Hugo: “Há duas maneiras de envolver [encher de paixão] a multidão no teatro: pelo grand[ioso] e pelo verdadeiro. O grandioso prende as massas. O verdadeiro captura o indivíduo”.
E o texto de Tony Estranguet: “E mesmo se os Jogos não tiverem o poder de tudo resolver, mesmo se as discriminações e os conflitos não venham a desaparecer, esta noite, vocês nos fazem lembrar a que ponto a humanidade é bela quando ela se reúne. E quando vocês entrarem na Vila Olímpica, vocês estarão enviando uma mensagem de esperança para todo o mundo: existe um lugar onde vivem juntas todas as nações, todas as culturas e todas as religiões. Vocês nos lembrarão que [isto] é possível. Durante os 16 próximos dias, vocês serão a mais bela versão da humanidade. Vocês nos farão lembrar que as emoções do esporte são uma língua universal da qual todos participamos. Até 11 de agosto, nós vamos viver cada segundo com vocês. Os seus erros serão nossos erros. As suas vitórias serão nossas vitórias. As suas emoções serão nossas emoções. (…) E a partir de agora, Paris 2024 é de vocês.”