19 de setembro de 2024

[CRÔNICA] A música do Grelo, os políticos aplaudem – Uma verdade tornada narrativa

Por

Redação, sitepa4

A música do Grelo, os políticos aplaudem

Uma verdade tornada narrativa

Por Francisco Nery Júnior

Está nas paradas e é a música mais tocada no Brasil no momento. Grelo é um compositor jovem lá do centro do Brasil e vai faturando a sua graninha. O Azul Caneta mora em uma mansão. Grelo, muito em breve; Grelo, veremos Grelo em helicóptero particular e em carrões de luxo. Melhor sair da frente.

O menino do Centro-Oeste, reza a letra da música, é um conformado com a sorte. O básico para sobreviver e pronto. Pra ele, “só fé, só fé, [um dinheirinho] pra que a gente consiga comprar um mé, o leitinho dos meninos e o módice da muié”. É o mesmo o chavão que, desde criança, ouvimos nas nossas igrejas: “Dinheiro dá felicidade, irmão?” Claro que a galera afirma que não. Alguns gritam aleluia e todos, quase todos, balançam a cabeça de vaca de presépio. “A vida é de boa, não precisa muito pra ser feliz, não” continua o compositor.

Vamos pensando, parafusando as ideias e esquentando a cabeça, incomodados com outras tantas citações encontradas na bíblia: “Meu Pai trabalha até agora e eu trabalho também”, “A quem se dá mais se exige mais”, “Lançai a rede no lado direito do barco” (atividade econômica), “Servo mau e infiel” que enterrou os seus talentos e tantas muitas outras condenações da preguiça e da acomodação. Podemos afirmar que a bíblia odeia o preguiçoso. Moisés e Elias, Jesus no meio, os discípulos viram, tratavam de negócios [celestiais]. Em outras palavras, estavam trabalhando. O “vou preparar-vos lugar”, implica trabalho no Reino de Deus. O mundo e o Universo estão em atividade. Grandes e portentosas transformações sempre a acontecer.

De ontem para cá, loas, odes e saudades para Sílvio Santos. Reconhecimento do seu gênio comunicador, do seu empreendedorismo e do seu sucesso. Da sua “sorte” em última análise. Do próprio Sílvio, porém, sucesso fruto de “muito trabalho”.

Não trabalhar, não tirar proveito das nossas competências, acomodarmo-nos num cantinho “sem precisar de muito” não nos parece uma boa pregação. Por que não almejar o melhor? Se um cantinho com saúde é suficiente “pra ser feliz”, que o seja alguém sem, por outro lado, deixar de produzir em todos os sentidos e praticar o princípio de pátria e nação e o amor ao próximo. Por força do Estado, os ricos pagam muitos impostos que favorecem aos pobres. Não há nada de errado em se esforçar para ganhar dinheiro. O dinheiro fruto do trabalho proporcionará o desenvolvimento e o bem-estar de todos.

As forças do mal não desejam o nosso desenvolvimento e a nossa liberdade de pensar; de desenvolver a capacidade de crescer e decidir para, desse modo, ficarmos sempre a reboque dos malandros.

A música do Grelo, o seu balanço e a sua simplicidade formal realmente nos encanta. A gente dá uma parada nas nossas preocupações e relaxa por um momento. Mas carece ter cuidado para não nos acomodarmos na tarefa da construção do homem proposta por Deus: “Façamos o homem” – com suor e trabalho.

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