Como pedir desculpas sem agravar a situação
Praticando o amor ao próximo
Pedir desculpas não é um ato de humilhação, assim pensamos. Antes, é um ato nobre e um testemunho de amor ao próximo. A matéria é da jornalista Lena Couffin publicada no Le Figaro de 11.08.2024. Segue a tradução:
Para se desculpar corretamente e conseguir resolver um conflito, carece considerar a arte e a maneira de fazê-lo, descreve a psicoterapeuta Carolyn Sharp em um artigo por dever de ofício publicado na revista Psychology Today.
A jornalista prossegue relacionando o que não fazer, ou o que não dizer, no ato de se desculpar destacando que “fazer o mea culpa [minha culpa] é bem mais delicado do que se pensa”:
. O primeiro passo falso é não assumir a sua parte de responsabilidade. Quando você diz “desculpe por você se sentir assim” corresponde a “sinto que você é bastante tolo para se sentir assim” ou “você é um imbecil”;
. Procurar desculpas ou justificativas. “Desculpe, mas…” não revela desculpas sinceras;
. Lamentar a sua sorte. O mea culpa não deve ter como objetivo angariar a piedade do outro. O lamuriar indica mais remorso que arrependimento.
. Desculpar-se da boca pra fora. Um simples “desculpe” não constitui desculpas sinceras;
. Indagar se “você está satisfeito agora?” não ajuda no processo. Apenas agrava o sentimento de ferida no outro;
. Pedir perdão colocando no outro a responsabilidade de você ter tido que pedir perdão é inútil. Exemplo: “Perdão, mas nunca mais vou procurar te ajudar”.
Como complemento, queremos crer ser um ato – ou postura – nobre o melhor pedido de desculpa. Segundo a bíblia, “…para que, naquilo que em vós observam, vos exaltem”.
Introdução, tradução e fecho por Francisco Nery Júnior