″/Ver na vida algum motivo pra sonhar/ ver o mundo todo azul/ azul da cor do mar/” Tim Maia.
Não se pode precisar ainda quantas famílias, só em Paulo Afonso, têm pessoas portadoras de autismo, estima-se que 80. Mas havemos de considerar casos como o relatado a mim por uma mãe que participou ontem da caminhada que marca o Dia Mundial do Autismo, celebrado amanhã, domingo 02 de abril.
″Eu tenho uma vizinha autista, já deve ter mais de quarenta anos, e vive trancada, não sai de jeito nenhum, tem um comportamento agressivo, a gente ouve às vezes os gritos dela″, diz a mãe de um jovem que, ao contrário dessa história triste, vive sua adolescência com todas as possibilidades: cresce, aprende, socializa-se e supera as dificuldades do Transtornos de Espectro Autista – TEA.
Cada família que tem um filho autista, ainda que se assemelhem as dificuldades, tem uma história diferente. Numa rápida observação, no momento em que as famílias chegavam para a concentração – a caminhada saiu da praça das Mangueiras- com as crianças, algumas pareciam não portar a doença, outras se quer conseguia andar, ainda tinha os pequenos cujas mães não podiam tirar os olhos deles, outros precisavam de amparo para ficar de pé.
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Então cada história de superação dessa clama atenção do poder público e da sociedade. Não há como ignorar o desafio que é hoje para os municípios a inclusão delas, quer na assistência social, educação e, principalmente, na saúde. Pois crianças portadoras desse distúrbio – que afeta a capacidade de comunicação e de estabelecer relações sociais – quando acompanhadas por profissionais capacitados têm uma vida ‘quase normal’.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, são 70 milhões de pessoas autistas no mundo, sendo que atinge cinco em cada 10.000 crianças e é de duas a quatro vezes mais frequente no sexo masculino.
Semana dedicada ao autista
Nesta sexta-feira (31), foi a caminhada, e durante toda a semana aconteceram palestras, encontros, momentos culturais, e amanhã (02), está reservado um piquenique com as famílias e membros das instituições que as apoiam e que estão à frente dessa iniciativa: Projeto Girassol da UNEB, Associação Semear e Projeto Zaquel da diocese de Paulo Afonso.
A luta
As famílias não querem apenas serem vistas, lutam por inclusão social: trabalho – que seja assegurada uma educação profissional e acesso ao mercado de trabalho. Educação– mudanças significativas na estrutura e no funcionamento das escolas e na formação de professores e na relação família-escola. Saúde – que se efetive o atendimento terapêutico multidisciplinar: fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos e assistentes sociais que trabalhem em conjunto.
