13 de outubro de 2024

Antes de ser morta, mulher grava vídeo dizendo que era agredida pelo marido e temia ser assassinada no Sertão de Alagoas

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Redação, sitepa4 (via g1)

‘Quem achar esse celular, e eu estiver morta, foi Leandro Pinheiro Barros, filho de José Milton’, disse Mônica Cavalcante no vídeo que ela gravou no celular dela antes de ser assassinada a tiros.

Mônica Cristina Gomes Cavalcante Alves, 26 anos, foi vítima de feminicídio em São José da Tapera, interior de Alagoas — Foto: Arquivo Pessoal

Uma briga de casal acabou de forma trágica em São José da Tapera, interior de Alagoas. Cristina Gomes Cavalcante Alves, 26 anos, discutiu com o marido em uma festa de São João na cidade e, temendo ser morta por ele, gravou vídeos falando sobre as agressões que sofria e que se alguém encontrasse o celular dela e ela estivesse morta, o autor seria o marido dela.

Mônica foi assassinada com cinco tiros no início da manhã deste domingo (18). Ela morreu na calçada do Fórum da cidade, antes da chegada do socorro médico. Ela deixou dois filhos; uma menina de 3 anos e um menino de 9 anos.

“Quem achar o meu celular, saiba que Leandro me agrediu várias vezes psicologicamente e fisicamente. Eu fiz de tudo para a gente ser feliz, mas não deu. Era um relacionamento extremamente abusivo. Me desculpe se alguém está triste vendo esse vídeo, mas, não fique. Estou apenas tentando me esconder dele. A gente estava em uma festa, sabe? E meu pai fez uma brincadeira que, infelizmente, ele não gostou. Uma brincadeira boba, sabe? Mas, por conta do álcool, ele se alterou. Na verdade, ele já estava alterado. Então, quem achar esse celular, e eu estiver morta, foi Leandro Pinheiro Barros, filho de José Milton”, disse chorando.

Segundo a polícia, Leandro fugiu em um Jeep. Ele é filho de um sargento lotado na Polícia Militar de Sergipe. A polícia informou que faz buscas na tentativa de localizá-lo.

No vídeo, Mônica pede para mulheres que passam por um relacionamento abusivo não aceitem viver dessa forma e diz que fez de tudo para viver bem com o marido, mas que se ela morresse, ela estaria em paz.

“Eu tenho consciência que fui uma esposa, fiz tudo ao meu alcance para ser feliz no relacionamento, respeitei ele. Mas era um relacionamento extremamente abusivo, sabe? Mas eu fiz de tudo, o que eu pude. Se alguém achasse esse celular, eu gostaria que até conscientizasse, as mulheres, se você estiver passando por esse momento, não aceite. A gente merece ser feliz, a gente merece felicidade, paz. Não é culpa sua. Mas se eu for, eu vou em paz, tranquila. Eu só tenho pena dos meus filhos”, disse.

O corpo de Mônica foi recolhido ao Instituto Médico Legal (IML), onde passará por necropsia e depois será liberado para sepultamento.

 

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