6 de dezembro de 2025

63 anos de emancipação política de Santa Brígida-BA: entre a história, a tradição e os sonhos de prosperidade

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Redação

Por Marco A. S. Gomes*

Santa Brígida celebra 63 anos de emancipação política, uma data que nos convida a revisitar nossa rica história, a valorizar nossas tradições e a refletir sobre um futuro de prosperidade.

Nossa jornada começou com o povoamento desbravador dos colonizadores portugueses, criou raízes com a mestiçagem e ganhou dinamismo com a romaria. Ainda no século XVII colonizadores liderados pelos Garcia D’ávila iniciaram a atividade agropastoril e extrativista como forma de ocupação territorial. A miscigenação entre colonizadoras e povos originários propiciou o surgimento de uma população mestiça nativa que iniciou o aglomerado populacional no século XIX. Em meados do século XX, o povoado habitado pela população de “baianos” nativos, liderados pelo patriarca Jacob Marques, ganhou dinamismo com a chegada de “romeiros” proveniente de todas as partes, liderados pelo beato Pedro Batista. O rápido crescimento populacional e a importância política do movimento messiânico ganharam a atenção das autoridades governamentais e possibilitaram que, em 27 de julho de 1962, Santa Brígida se tornasse município autônomo, com o desafio de trilhar seu próprio caminho rumo ao desenvolvimento.

A alma santabrigidense é formada pela união da fé dos “romeiros” com a alegria contagiante dos “baianos”. As cresças, as manifestações religiosas e as festas populares, formam um valioso patrimônio folclórico, que se apresenta na forma de rituais, danças, culinária, folguedos e música. Essa mistura única faz de Santa Brígida um lugar de forte identidade cultural, onde a tradição e a devoção caminham lado a lado.

Os recursos naturais do município, compostos por suas serras imponentes e pela rica biodiversidade da caatinga, também representam um patrimônio de grande importância social e econômica para o município. As serras, além de embelezarem a paisagem e oferecerem potencial para o ecoturismo, abrigam nascentes que sustentam a vida local. A flora e a fauna típicas da caatinga, com espécies adaptadas ao clima semiárido, oferecem oportunidades para o desenvolvimento de atividades sustentáveis, como a agricultura familiar adaptada, a extração de plantas medicinais, o artesanato e a pecuária. Esses recursos, se devidamente valorizados e protegidos, poderiam impulsionar a economia local, gerar emprego e renda e fortalecer a identidade cultural da população, promovendo um modelo de desenvolvimento baseado na sustentabilidade e na convivência harmoniosa com o bioma.

Infelizmente, ao longo das décadas de autonomia política, Santa Brígida tem alcançado um desenvolvimento acanhado diante de suas possibilidades. A ausência de um plano estratégico de desenvolvimento econômico e social sustentável — que tenha como fundamento a valorização das nossas riquezas naturais e culturais — mantém o município sem força motora para transformar o seu potencial em melhoria significativa da qualidade de vida dos seus cidadãos. Os gestores que nos governaram até aqui têm se limitado à mera administração burocrática, reproduzindo iniciativas das esferas estadual e federal, sem um projeto estruturado que parta da escuta e do diagnóstico das reais necessidades da população local. Falta um plano de governo com ações objetivas, metas tangíveis e políticas públicas enraizadas na nossa realidade local.

Diante desse cenário político, a população resignada, continua elegendo seus mandatários. Mas, a esperança de que novas alternativas surjam e tragam novas perspectivas de gestão pública permanece viva em cada santabrigidense. Acreditamos que a modernização da gestão pública em nosso município passa, necessariamente, pela evolução do modelo patrimonialista, onde o público se confunde com o privado, para um modelo de governança transparente, eficiente e participativo.

A modernização da gestão municipal exige planejamento estratégico, transparência, eficiência administrativa e, principalmente, a inclusão dos cidadãos em todas as fases da política pública — do planejamento à execução e avaliação. As novas tecnologias da informação e da comunicação devem ser aliadas nesse processo, permitindo que a voz do povo ecoe de forma mais clara e influente nas decisões do poder público.
Neste dia especial, em que celebramos a emancipação de Santa Brígida, parabenizo todos os santabrigidenses que, com fé, trabalho e esperança, construíram e constroem diariamente a história do nosso município. Que o sentimento de comunidade continue a nos guiar para dias melhores, com mais justiça social, desenvolvimento e dignidade para todos.

*Marco Gomes (@marcogomesreal) é graduado em Engenharia Elétrica e Economia, Mestre em Gestão Pública pela Universidade de Brasilia (UnB) e Doutorando em Administração Pública pela Universidade de Lisboa (Ulisboa). É Especialista em Regulação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

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