O governo federal mudou a forma de atuação das suas estatais do setor elétrico. Fortaleceu a Eletrobras (agora sem acento) e esvaziou a Chesf. A partir de agora, a maior empresa do Nordeste, reconhecido celeiro de técnicos qualificados, formuladora de projetos de longo prazo e instrumento de desenvolvimento regional, se transforma numa espécie de escritório. Perdeu poder de decisão, perdeu a capacidade de pensar projetos com a autonomia necessária, perdeu poder político. O empresário João Carlos Paes Mendonça, presidente do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação (SJCC), sai em defesa do órgão e, em entrevista à Rádio Jornal, diz não entender o silêncio dos políticos pernambucanos. “Em nome do Nordeste, não posso ficar calado. As lideranças políticas estão paradas. É preciso que todos se unam para manter a Chesf em nosso Estado”, desafabou João Carlos.
O empresário acredita que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não tem real conhecimento do que estão fazendo com a companhia. “Nada no mundo é irreversível. Quando o presidente Lula tomar o verdadeiro conhecimento do que está acontecendo, não acredito que irá permitir. Minha esperança é que haja uma verdadeira união, muito mais forte do que aconteceu no Rio de Janeiro”, disse João Carlos referindo-se aos protetos contra a divisão dos royalties do petroleo no País.
Com as mudanças, decisões antes tomadas pela empresa nordestina no Recife terão de ser aprovadas pelos técnicos da Eletrobras, no Rio de Janeiro. O processo todo começou no primeiro semestre do ano passado, comandado por José Antônio Muniz Lopes, presidente da Eletrobras e ex-presidente da Chesf (1993). Mas só na semana passada, quando a marca da holding engoliu a da subsidiária nordestina, soube-se do dano causado ao Nordeste brasileiro.





