21 de dezembro de 2025

Rio São Francisco sofre com poluição

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Quase três anos após iniciadas as obras da transposição do Rio Francisco, os cronogramas dos canteiros das obras nos eixos Norte (em Cabrobó-PE) e Leste (entre Floresta-PE e Petrolândia-PE) estão dentro do prazo – o Eixo Leste (com canal projetado para chegar até a Paraíba) estará concluído este ano, e as obras do Eixo Norte, cujo canal termina no Ceará, estarão prontas em 2012.


 


As obras de revitalização, que fazem parte do projeto orginal da transposição, entretanto, pouco avançaram: às vésperas do Dia Mundial da Água, nesta segunda-feira (22) o rio tem em alguns pontos verdadeiros depósitos de lixo e mau uso do mineral, e ainda falta água para famílias que moram a apenas 50 metros do rio.


 


Não é incomum encontrar famílias ribeirinhas com encanamento em casa, recebendo a fatura de pagamento pelo fornecimento de água, mas não encontram o mineral ao abrir as torneiras. Este é o cotidiano das donas de casa Tatiuse Vieira Souza, 27 anos, e Betiane Flávia de Almeida, 19, moradoras de Cabrobó, sul de Pernambuco. “A água mal tem força para chegar à torneira, que fica no chão. Imagine no chuveiro”, lamenta.


 


As roupas da família são lavadas no próprio rio. Quando o Jornal A Tarde esteve no local, encontrou Betiane e Tatiuse lavando pratos, copos e talheres nas águas de um braço do São Francisco que banha Cabrobó. A limpeza da louça era feita a 30 metros de uma saída de esgoto.


 


Atualmente, todo o esgotamento local desemboca no rio sem tratamento. “Temos medo de pegar doenças, mas fazer o quê? Só temos esse jeito para lavar roupa, tomar banho”, desabafou Betiane. O mesmo ponto é usado por jovens e crianças como área de lazer. É comum encontrá-los se banhando a poucos metros da tubulação de esgoto.


 


O prefeito de Cabrobó, Eudes Caldas Cavalcante (PTB), assegura que os problemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário do município serão resolvidos nos próximos 12 meses. Segundo o gestor, R$ 9 milhões já foram destinados às obras de implantação do novo sistema de esgotos. “Esse problema do esgoto desembocando no rio é histórico, mas está com os dias contados”, afirma.


 


Ele explicou que emissários vão despejar os dejetos em uma lagoa às margens da BR-422, onde o esgoto receberá tratamento antes de ser lançado no rio. “Já temos 70% das obras concluídas. Queremos devolver ao rio a água da mesma forma com que ele nos serve”, disse. Há dez dias, o governo pernambucano liberou verba de R$ 3,6 milhões para a execução de obras de ampliação da rede de fornecimento de água, incluindo a construção de três adutoras (parte do programa federal Água Para Todos).


 


A estimativa do Ministério da Integração Nacional é a de que os custos totais da transposição cheguem aos R$ 4,5 bilhões. Conforme o tenente Talles Luz, responsável pela logística do destacamento do 3º Batalhão de Engenharia e Construção do Exército (BEC) em Floresta-PE, até setembro deste ano as águas do São Francisco já estarão abastecendo a barragem de Areias, entre Floresta e Petrolândia. A vazão do canal pode chegar a 1.800 m³. Informações do A Tarde.

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