13 de dezembro de 2025

Paulo Afonso perde mais um pioneiro. Morreu “Zé Miron”

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Ao meio-dia desta quarta-feira, 24 de fevereiro, morreu, na residência do seu filho Assis Siqueira, no Bairro Abel Barbosa, com quem morava há 15 anos um dos mais antigos pioneiros de Paulo Afonso José Miron de Siqueira, conhecido como fotógrafo Zé Miron (3º da foto usando óculos escuro).


Seu Zé Miron nasceu em Tabira-PE em 8/6/1915 e chegou a Paulo Afonso ainda em 1946. Em 1948 começaram os preparativos para o início das obras da Chesf e ele já estava por aqui. Ficou mais conhecido pela função de fotógrafo cuidadoso, que ajustava cautelosamente seu equipamento que não possuía os recursos modernos e, por isso demorava até fazer a foto. Esse seu jeitão calmo de trabalhar virou folclore. Ainda hoje, quando alguém demora a fazer a foto ouve logo a frase “bate logo, Zé Miron”.


Para a família esse tratamento “é mesmo uma forma de elogiar o cuidado que ele sempre teve em fazer as fotos com a melhor qualidade possível na época”, diz Assis Siqueira, hoje com 63 anos, nascido em Mata Grande-AL mas morador de Paulo Afonso desde os 3 meses de idade. Assis, que conviveu de mais perto com o pioneiro Zé Miron que morava com ele em sua casa os últimos quinze anos de vida, fala saudoso, mas acalentado pelas boas histórias construídas por seu pai em Paulo Afonso e relembra alguns desses momentos históricos.


Conta Assis que, embora Miron tenha chegada em Paulo Afonso ainda antes da Chesf e o Dr. Mucini ser o seu compadre, padrinho de crisma do próprio Assis, “ele nunca quis trabalhar na Chesf. Sempre preferiu fazer o trabalho de “free lance” e registrou momentos importantes do começo da vida de Paulo Afonso”. “Na verdade, lembra Assis, meu pai ficou conhecido como fotógrafo mas ele consertava máquinas a vapor, dessas de descaroçar algodão, que havia muitas na região ainda, foi ourives e era vendedor, representante da Hermes na região”.


E acrescenta o filho orgulhoso, “na verdade, meu pai foi naquela época o que hoje conhecemos como repórter fotográfico. Em uma de suas ações ele observou que no BTN, no início da criação do bairro, ele descobriu que, embora existisse canalização de água para uma enorme caixa-d`água que ainda existe lá, a água não chegava ali nem nas casas dos moradores. Pai descobriu que a água estava sendo desviada para propriedades, chácaras de amigos de pessoas responsáveis por esse abastecimento d`água. Ele fotografou a irregularidade, fez com o assunto chegasse ao conhecimento de jornalista do jornal a TARDE que divulgou o fato. Isso deu demissão de gente e o sistema de abastecimento de água ali foi regularizado”.


José Miron, além ter o Foto São José, tinha também uma vidraçaria, e em parceria com o Sr. Bráulio, que era caixa do Restaurante da Chesf, fundou da Gráfica Jatobá onde Assis Siqueira, o filho, trabalhou com ajudante, como intercalador.


Outro dado sobre sua vida em Paulo Afonso foi o interesse de entrar para a política partidária, ainda no início dos anos 50 quando Abel Barbosa, dentre outros estavam em campanha aberta para o cargo de vereador pelo Distrito de Paulo Afonso na Câmara Municipal de Glória. Ele não conseguiu se eleger e voltou-se a cuidar de suas múltiplas atividades comerciais.


A família seguiu os passos do pai e avô. Assis Siqueira montou o Foto Center sendo o pioneiro na região com equipamentos digitais de última geração, atuando em Paulo Afonso e cidades de Alagoas e Pernambuco, hoje com atividades mais reduzidas. Depois passou o negócio para os filhos Beto e Alexandre e cuida da Chácara Regina.


Da descendência de Jose Miron são cinco filho,s oito netos, três bisnetos e um tataraneto. Em sua homenagem há uma praça com o seu nome no Bairro Abel Barbosa onde morava com o filho Assis Siqueira.


“Não chego ao meio-dia”


Conta Assis que “logo cedo, por volta das 7 horas da manhã, fui dar o banho matinal dele, trocar as fraldas para levá-lo para sua cadeira como fazia todos os dias. Hoje, ele se recusou a fazer isso. Disse que não estava molhado e realmente não estava e que queria ficar na cama. Ontem, continua Assis, ele teve difuldade em engolir a água que tomava; hoje, tomou normalmente. Quando eu ia saindo ele me chamou e disse: “Não se preocupe não, mas daqui para o meio-dia talvez eu não esteja mais vivo”. Eu respondi, “que é isso, pai. Que besteira é essa?” E saí… Ás 11:40, a esposa me liga agitada, pedindo pra eu chamar o SAMU que meu pai estava tossindo muito, e muito agitado. Corri pra casa e quando cheguei, antes de meio-dia, ele tinha acabado de morrer.”


O curioso disso tudo é que fato semelhante aconteceu com meu avô, que morreu também aqui em Paulo Afonso com mais de 90 anos e, no começo da tarde disse para o pessoal da família que não chegaria vivo à noite. Faleceu antes das 18 horas. A história se repete.” Ao meio-dia desta quarta-feira, 24 de fevereiro, morreu, na residência do seu filho Assis Siqueira, no Bairro Abel Barbosa, com quem morava há 15 anos um dos mais antigos pioneiros de Paulo Afonso José Miron de Siqueira, conhecido como fotógrafo Zé Miron (3º da foto usando óculos escuro).


Seu Zé Miron nasceu em Tabira-PE em 8/6/1915 e chegou a Paulo Afonso ainda em 1946. Em 1948 começaram os preparativos para o início das obras da Chesf e ele já estava por aqui. Ficou mais conhecido pela função de fotógrafo cuidadoso, que ajustava cautelosamente seu equipamento que não possuía os recursos modernos e, por isso demorava até fazer a foto. Esse seu jeitão calmo de trabalhar virou folclore. Ainda hoje, quando alguém demora a fazer a foto ouve logo a frase “bate logo, Zé Miron”.


Para a família esse tratamento “é mesmo uma forma de elogiar o cuidado que ele sempre teve em fazer as fotos com a melhor qualidade possível na época”, diz Assis Siqueira, hoje com 63 anos, nascido em Mata Grande-AL mas morador de Paulo Afonso desde os 3 meses de idade. Assis, que conviveu de mais perto com o pioneiro Zé Miron que morava com ele em sua casa os últimos quinze anos de vida, fala saudoso, mas acalentado pelas boas histórias construídas por seu pai em Paulo Afonso e relembra alguns desses momentos históricos.


Conta Assis que, embora Miron tenha chegada em Paulo Afonso ainda antes da Chesf e o Dr. Mucini ser o seu compadre, padrinho de crisma do próprio Assis, “ele nunca quis trabalhar na Chesf. Sempre preferiu fazer o trabalho de “free lance” e registrou momentos importantes do começo da vida de Paulo Afonso”. “Na verdade, lembra Assis, meu pai ficou conhecido como fotógrafo mas ele consertava máquinas a vapor, dessas de descaroçar algodão, que havia muitas na região ainda, foi ourives e era vendedor, representante da Hermes na região”.


E acrescenta o filho orgulhoso, “na verdade, meu pai foi naquela época o que hoje conhecemos como repórter fotográfico. Em uma de suas ações ele observou que no BTN, no início da criação do bairro, ele descobriu que, embora existisse canalização de água para uma enorme caixa-d`água que ainda existe lá, a água não chegava ali nem nas casas dos moradores. Pai descobriu que a água estava sendo desviada para propriedades, chácaras de amigos de pessoas responsáveis por esse abastecimento d`água. Ele fotografou a irregularidade, fez com o assunto chegasse ao conhecimento de jornalista do jornal a TARDE que divulgou o fato. Isso deu demissão de gente e o sistema de abastecimento de água ali foi regularizado”.


José Miron, além ter o Foto São José, tinha também uma vidraçaria, e em parceria com o Sr. Bráulio, que era caixa do Restaurante da Chesf, fundou da Gráfica Jatobá onde Assis Siqueira, o filho, trabalhou com ajudante, como intercalador.


Outro dado sobre sua vida em Paulo Afonso foi o interesse de entrar para a política partidária, ainda no início dos anos 50 quando Abel Barbosa, dentre outros estavam em campanha aberta para o cargo de vereador pelo Distrito de Paulo Afonso na Câmara Municipal de Glória. Ele não conseguiu se eleger e voltou-se a cuidar de suas múltiplas atividades comerciais.


A família seguiu os passos do pai e avô. Assis Siqueira montou o Foto Center sendo o pioneiro na região com equipamentos digitais de última geração, atuando em Paulo Afonso e cidades de Alagoas e Pernambuco, hoje com atividades mais reduzidas. Depois passou o negócio para os filhos Beto e Alexandre e cuida da Chácara Regina.


Da descendência de Jose Miron são cinco filho,s oito netos, três bisnetos e um tataraneto. Em sua homenagem há uma praça com o seu nome no Bairro Abel Barbosa onde morava com o filho Assis Siqueira.


“Não chego ao meio-dia”

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