Atualizada e corrigida à 01h45min
O Deputado Federal José Carlos Aleluia (DEM) acabou sendo o protagonista dos últimos momentos da reunião de apresentação do processo de estadualização do HNAS (Hospital Nair Alves de Souza). Quando todos esperavam ouvir do secretário de saúde Jorge Sola, as respostas das dúvidas e questionamentos apresentados por prefeitos, deputados e vereadores durante o debate, o secretário ao falar sobre as ações do governo na área da saúde foi interceptado pelo Deputado Federal José Carlos Aleluia (DEM), que irritado disse que não estava ali para ouvir propaganda, e sim para encontrar uma outra forma de gestão para o hospital. A partir daí a situação ficou incontrolável, outras pessoas também se manifestaram, umas contra e outras a favor do deputado. O mediador teve que encerrar o debate, não havendo, portanto uma definição sobre o destino do HNAS.
O evento começou com os pronunciamentos do diretor Administrativo da Chesf, Pedro Alcântara, e do secretário da Saúde do Estado da Bahia, Jorge Solla.
Logo após, o adjunto da diretoria administrativa da CHESF, Roberto Pordeus, fez a explanação do processo de repasse do hospital para o Estado, relatando algumas vantagens que a população terá com a transferência, segundo Pordeus, a unidade irá receber 100 leitos que deverão ser ampliados, com 30 novos leitos equipados para Unidade de Terapia Intensiva (UTI), 7 leitos para uso com a metodologia mãe canguru , 10 para a Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) e novo perfil de atendimento, integrado aos demais serviços de Saúde da macrorregião Norte da Bahia, conforme iniciativa da Sesab. Em seguida, o superintendente da secretaria estadual da saúde, Alfredo Boasorte ratificou as palavras do seu antecessor falando dos investimentos que o governo do estado pretende realizar ao assumir o HNAS.
Na sequência foi aberto o debate sem a participação do público, a palavra foi dada somente aos prefeitos da região e aos parlamentares. Alguns se revoltaram com coordenação do debate, em proibir a participação popular, inclusive a recém empossada presidente da OAB/Paulo Afonso, Isabel Cristina, a advogada discutiu com o mediador, argumentando que o debate deveria ser democrático e indignada retirou-se do auditório. Outro momento tenso da reunião foi a discussão entre o funcionário da Prefeitura, Silvano Wanderley e o vereador Regivaldo Coriolano, logo controlada pela turma do “deixa disso”.
Apesar da reunião ter atraído políticos de posições partidárias diferentes, o que se observou, é que todos foram unânimes em afirmar que a CHESF não pode se desvincular do HNAS.
Os pronunciamentos dos políticos que usaram a palavra também foram acalorados. Veja algumas das frases proferidas por eles:
Paulo Rangel (PT): “Os que estão levantando a voz hoje contra a transferência do HNAS, são os mesmos que fizeram parte do governo de FHC que queria esquartejar a CHESF”.
José Carlos Aleluia (DEM):“Vou até desconsiderar a agressão que ele fez do Governo passado”.
Mário Negromonte (PP): “Nossos filhos não podem morrer a míngua, embora confie no governo Wagner e no governo Lula, mas ainda não temos um bom modelo de gestão pública e a Chesf não pode deixar o HNAS, a Chesf jamais pagará a dívida social com Paulo Afonso”.
Estiveram presentes no debate os prefeitos de Jatobá (PE) João Gomes, Água Branca (AL) José Rodrigues, Pariconha (AL) Moacir Vieira, Abaré (BA) Delísio Oliveira, Rodelas (BA) Emanuel Rodrigues, Glória (BA) Ena Vilma e Paulo Afonso (BA) Anilton Bastos. Deputados Estaduais Paulo Rangel, Luiz de Deus e Edson Pimenta e Federais Mário Negromonte e José Carlos Aleluia. Todos os vereadores de Paulo Afonso e alguns da região também compareceram ao evento.
