Com a pré-convocação do, também baiano, Allan do Carmo, só restava mais uma vaga na equipe da Seleção Brasileira que vai disputar o Mundial de Maratonas Aquáticas. E foi com espírito de luta e confiança que Filipe Alcântara caiu nas águas de Santos neste domingo (31) e estreou no Circuito Internacional sendo o segundo melhor brasileiro colocado. A sua participação na prova só foi possível pelo apoio da Prefeitura de Paulo Afonso, que custeou as despesas do atleta. Com o resultado, carimbou o passaporte para a cidade de Roberval, no Canadá.
Para um jovem atleta, de apenas 20 anos, não basta apenas uma cansativa e dedicada rotina de treinamentos para obter um grande resultado. O fato de estar disputando uma prova do Circuito Internacional pela primeira vez pesa bastante. Isso, sem contar que uma boa colocação na prova, diante das maiores feras do mundo, pode implicar um bom patrocinador ou um contrato com algum clube. Sem equipe e com apoio somente para esta prova, Filipe venceu com as sua braçadas todos os seus medos e desafios e conquistou a vaga que restava na Seleção. Durante toda prova esteve junto ao pelotão dos melhores do mundo, com contato físico direto. ”Nos últimos 1000 metros eu era o terceiro brasileiro e estaria fora do Mundial. Dei tudo de mim e consegui ultrapassar o gaucho Samuel Bona e fui junto com os gringos até o final”, comemora.
Com este resultado, Filipe coloca mais dendê na Seleção Brasileira de Maratonas Aquáticas, que vai ser formada por dois baianos (junto com Allan). Além do Mundial, que acontece em julho, Alcântara disputará, no mês de março, o Sul-Americano em Medellin, na Colômbia, tendo mais uma vez com parceiro de equipe, Allan do Carmo. ”Eu tenho que agradecer mais uma vez ao apoio da Prefeitura de Paulo Afonso, pois acreditaram em mim quando mais precisei” diz Filipe, que reconhece que parte dessa conquista é da cidade da hidrelétrica. “Esses resultados só confirmam que a Bahia se tornou uma das grandes potências da Maratona Aquática mundial”, acrescenta.
Alcântara ainda sonha com a conquista da vaga na Seleção na prova dos 5 quilômetros, mas não sabe se disputará, pois sem clube e patrocinador não tem como arcar com as despesas da viagem para Santa Catarina, onde acontece a Travessia Nacional de Porto Belo, no dia 28 de fevereiro. “Estamos estudando algumas propostas que tive em Santos, mas a minha vontade é de ficar na Bahia, levando o nome do nosso Estado para o resto do mundo”.
Lucas Gaspari
Jornalista e Assessor de Imprensa
