22 de dezembro de 2025

Professor Pedro Paulo: “A Seca”

Por

OZILDOALVES.COM.BR – CONTATO


Mensagem enviada através do site em 17/11/2009 – 23h21m


=============================================================


 


Nome: Pedro Paulo


E-mail: pedropaulo13123@hotmail.com


 


Mensagem:


 


A Seca


 


Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, em seu minidicionário define-a como falta de chuva, estiagem. Vários autores, poetas, cantores já abordaram esse tema complexo e simples, o qual é personagem principal de uma das regiões do Brasil, o semi-árido nordestino.  Luiz Gonzaga cantou Asa Branca, a Volta da Asa Branca, Último Pau de Arara, Vozes da Seca, além de tantas outras, fazendo alusão à questão do descaso e abandono do Nordeste.


 


Em Vidas Secas, Euclides da Cunha faz uma leitura ampla desta região, do seu povo, dentro de uma analogia da tormenta enfrentada por centenas de milhares de homens e mulheres que eram alijados em seus direitos, os quais seguiam caminhos, os únicos oferecidos durante o século XVII nesta região: a exploração perene dos grandes latifundiários, pagando mal por dias cansativos de trabalho ao pobre homem do campo que não recebia nenhum incentivo para permanecer nele, ou enveredar pelos caminhos do cangaço, liderados por homens que faziam justiça pelas próprias mãos, já que justiça aqui nessa região só existia para beneficiar diretamente os grandes latifundiários, ou ainda, seguir os passos da religiosidade, como aconteceu com quase 50 mil pessoas, as quais formaram o Arraia de Canudos, no interior da Bahia, seguindo as idéias messiânicas do Beato que ficou conhecido na história trágica como Antônio Conselheiro. Cunha faz relato e denuncia em sua obra o descaso, abandono do povo desta região, além do que, mostra claramente como os poderes constituídos se organizam para destruir idéias que tem como objetivo a organização e melhoria das condições de vida daqueles que estão a margem social.


 


De forma covarde e extremamente desumana dizimaram a vida de cerca de 50 mil pessoas, as quais não se acovardaram em lutar por ideais de justiça, liberdade, dignidade, preferindo ter suas vidas ceifadas a se renderem a exploração.


 


A princípio foi afirmado que a seca do Nordeste é uma questão simples e ao mesmo tempo complexa. Simples porque denota condições viáveis e fáceis de serem resolvidas, visto que, a seca não se combate, é fenômeno natural, como a chuva, o calor, ventania, terremoto, erupção vulcânica; é preciso aprender a conviver com ela.


 


Onde está a complexidade que também fora afirmada neste artigo? Como ela – “A Seca” – é um fenômeno natural, tem que se ensinar a convivência com a mesma, mas, o que na verdade há de concretude, é que não se deseja ensinar.


 


Não há políticas públicas reais nesta perspectiva. Metodologias viáveis já foram desenvolvidas, no entanto, não podem sair do papel de fato. O fato é que a miséria tem que continuar prevalecendo; o homem do Nordeste precisa ser um eterno nômade, um constante explorado, sem formação e informação devida; tem que continuar perecendo a espera dos anos eleitorais para trocar sua fome perene por um trocado provisório, eleger seus algozes de cidadania, e mais uma vez na pura espera, deixar passar mais dois anos, para novamente receber sua esmola.


 


Esta é a lei do Nordeste Brasileiro, aquele que se meter a besta e ensinar o povo a pescar, corre o mesmo risco de Antonio Conselheiro.


 


O nordestino não pode ter a primazia em receber educação pública de qualidade, geração de emprego, renda digna, salário justo; o Nordeste não pode se desenvolver, receber os investimentos necessários para proliferar liberdade, justiça… Pois caso isso de fato aconteça, os latifúndios serão ocupados, as terras irão tornar-se produtivas, as crianças, jovens, adultos, idosos irão ser sabedores de seus direitos; pugnarão para a efetivação dos mesmos.


 


A elite, os coronéis, burgueses, seja o adjetivo utilizado para qualificar os desqualificados, aqueles que exploram, irão perder suas benesses, perderão o poder de mando e deixarão de ser os donos dos currais, pois, os mesmos serão de fato destruídos e nunca mais terá cerca para fazer do homem gado, o homem será de verdade o Senhor do seu destino. 


 


O que é o que é?


 


“Mas na verdade, a vida aqui não ruim


Nem na seca, e muito menos na chuva


O que querem, é manter


O povo na exclusão, pedintes, analfabetos


Miseráveis por natureza, pois só assim,


Com certeza, fica mais fácil enganar.


 


Se por ventura investirmos na educação desse povo


Ele vai ficar esperto,


Perderemos o conforto


Seremos quem sabe os mortos


Pois não temos coragem de trabalhar de verdade


Fomos formados assim, nosso papel é explorá-lo.


                                                               &n��������1″�� ��

OZILDOALVES.COM.BR – CONTATO


Mensagem enviada através do site em 17/11/2009 – 23h21m


=============================================================


 


Nome: Pedro Paulo


WhatsApp

Conteúdo 100% exclusivo e em primeira mão, que você só vê no PA4!

VEJA MAIS

COMENTÁRIOS

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

WhatsApp

Conteúdo 100% exclusivo e em primeira mão, que você só vê no PA4!

bannermariabonita

WhatsApp

Conteúdo 100% exclusivo e em primeira mão, que você só vê no PA4!