9 de fevereiro de 2025

Negromonte sai em defesa de Mário Júnior e diz que Rangel desvia recursos da Chesf

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O líder do PT na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Paulo Rangel, acusou a Bahia Pesca, autarquia ligada à Secretaria Estadual de Agricultura (Seagri), na sessão desta quarta-feira (30), de ser alvo de um “aparelhamento político escancarado”. Em contato com o Bahia Notícias, o petista afirmou que o filho do deputado federal Mário Negromonte (PP), Mário Negromonte Júnior, nomeado na semana passada assessor da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) em Salvador, tem utilizado o órgão para fins eleitoreiros e promovido uma série de irregularidades. “A Bahia Pesca está em um processo de descontrole muito grande, já que desde a posse desse senhor, Izaac Albagli (presidente da autarquia), tem tido suas ações para promover a candidatura a deputado de Mário Negromonte Filho, que não é funcionário da empresa e tem feito distribuição de alevinos sem qualquer critério técnico. É uma administração desastrosa”, afirmou. Vale ressaltar que as pastas envolvidas, a Seinfra, liderada por João Leão, e a Seagri, por Roberto Muniz, fazem parte da recente parceria entre o Estado e o PP.)


 


De acordo com o deputado Paulo Rangel (PT), a surpresa maior aconteceu nesta quarta-feira (30), quando Mário Negromonte Filho participou de um evento promovido pela Bahia Pesca em Sobradinho, na região do Rio São Francisco. “Há dois anos existem 96 tanques para produção de peixes e agora foi o encerramento da capacitação de 56 piscicultores que vão explorá-lo e ele estava lá”, criticou. Conforme o petista, o esquema envolve políticos e depreciação de profissionais locais. “É um trato político. Ele (Negromonte Filho) fez um acordo com um vereador local, o senhor Jackson, que criou uma associação sem ter nenhum piscicultor associado para criar um convênio com o governo. Essa associação tem usado veículos e a estrutura da Bahia Pesca e anunciado a parceria”, apontou. Rangel declarou ainda que uma empresa tem cometido superfaturamento no fornecimento de produtos à Bahia Pesca. “A Agropac, desde o inicio do governo, vinha fornecendo ração para a Bahia Pesca com dispensa de licitação. Para se ter ideia, o preço da ração de primeira no balcão é cobrado a R$ 2,80 e a Bahia Pesca tem comprado a R$ 5,18; a de segunda é de R$ 1,60 e vem sendo comprada a R$ 3,10”, denunciou. O parlamentar defende ainda a abertura de uma auditoria para identificar as “negociatas” na autarquia, já que o próprio governo federal já identificou irregularidades em convênios.


 


Em resposta às acusações do líder do PT na Assembléia Legislativa, o presidente regional do PP, deputado federal Mário Negromonte, disse que Paulo Rangel está desesperado. De acordo com o líder do PP, o fato se justifica porque Rangel está perdendo espaço para Mario Negromonte Filho na região em que se elegeu. Ainda segundo o deputado federal, a denúncia é descabida porque a Bahia Pesca (autarquia citada como fonte para os desvios) não dispõe de grandes recursos. “Nunca utilizamos desses  meios. Vou ligar para o deputado Rangel e informá-lo que será processado”, disse Negromonte em tom eloqüente para depois arrematar: “no mínimo ele deve ter feito ingestão de álcool, como é de seu costume. Nós não temos essa prática e ele sabe. Agora, sei que ele utiliza da Chesf para desviar recursos”, afirmou Negromonte.


 


O líder do PT na Assembleia Legislativa, Paulo Rangel, rebateu as acusações feitas pelo deputado federal Mário Negromonte (PP), em relação ao episódio de “aparelhamento político” da Bahia Pesca. Conforme o deputado estadual, o ato do pepista demonstra sua participação nas irregularidades apontadas. “Como é do seu feitio, mais uma vez, o deputado federal Mario Negromonte dá uma demonstração da falta de preparo e de equilíbrio, quando em vez de fazer a discussão, dentro do campo político e ético, perde a elegância partindo para acusações pessoais e assumindo a paternidade dos fatos, que atingem a Bahia Pesca, talvez por orientação do mesmo”, disparou. O petista se defendeu ainda do relato de Negromonte de que ele teria promovido “desvios de recursos” na Companhia Hidro Elétrica do São Francisco. “Quando estive nessa empresa jamais respondi a qualquer tipo de auditoria, cabendo inclusive à direção da Chesf responder tais acusações. Já em relação ao uso político exacerbado da instituição Bahia Pesca, isso é claro e ululante, a exemplo do que ocorreu em Sobradinho”, reiterou. Rangel disse ainda que também processará o aliado do governo “devido às acusações feitas à minha pessoa, sem nenhuma prova ou suspeição”.


 


As denúncias levantadas pelo líder do PT na Assembleia Legislativa, Paulo Rangel, além de revoltar o deputado federal Mario Negromonte (ver nota abaixo), soaram de forma estranha aos ouvidos da oposição. O deputado Gildásio Penedo (DEM), em conversa com o Bahia Notícias, disse que a ação do petista deve se referir estritamente a uma questão política local. “Não há outra razão. Ao longo do governo Wagner, a gestão pública nunca foi prioridade. Os procedimentos do PP não diferem daqueles adotados pelo PCdoB, PDT e qualquer outro partido da base”, observou. Além disso, Penedo garante que o PT tem conhecimento de que o governo promove “o loteamento de toda estrutura administrativa”. “O aparelhamento acontece em todos os níveis”, afirmou o democrata.


 


O deputado estadual Zé Neto (PT), em nome da ala do governo, lamentou a atitude do líder da legenda na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Paulo Rangel, que declarou nesta quarta-feira (30) que a Bahia Pesca é alvo de um “aparelhamento político escancarado”. O parlamentar acredita que a situação foi pontual e que deveria ser discutida internamente antes de ser publicizada. “Roupa suja se lava em casa. Eu não concordo com a atitude pois dá espaço para esse pessoal do DEM aparecer, mas cada um sabe onde o calo aperta. Não quero dizer que Rangel não tenha razão, mas tem que ser apurada a gravidade e resolvida. Se o PP estiver fazendo isso aí, o governo vai puxar o freio de mão. Nós temos comando”, declarou. O petista condenou ainda o discurso da oposição, o qual considerou “oportunista”. “Não podemos deixar aqueles que no passado fizeram uma política de ‘toma lá dá cá’ e chicote na mão apareçam agora como bons samaritanos. Nossas ações, seja o Topa, o Água para Todos ou a ampliação da Cesta do Povo, que estava sucateada e hoje tem mais de 300 lojas, não privilegiam ninguém”, criticou.

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