Antes de prosseguir, adianto que não entrevistei a delegada da mulher de Paulo Afonso, Lígia Nunes. Basta, no entanto, consultar à imprensa, e a constatação é inescapável: as agressões contra a mulher, particularmente, as que estão previstas na Lei Maria da Penha, aumentaram em nossa cidade. Ponto Parágrafo.
Segue um diálogo que registrei agora há pouco:
– Pare! Não me bata! O homem seguiu contra a mulher no muro. Espanco-a, na frente de uma jovem, não sei dizer se filha do casal.
Alguns passos depois:
– Veja como você gosta de me humilhar! E, de novo, mais agressões. Pensei em fotografá-los, depois em ligar para a polícia, mas dada a demora talvez não desse tempo de dar-lhe o flagrante, os três desapareceram antes que eu decidisse.
Acrescente-se à cena triste, que ambos, homem e mulher pareciam embriagados. O homem com certeza, e a mulher trazia um copo à mão. A jovem encostou-se ao muro e chorou.
São cenas, que registro, para o meu desespero, quase que diariamente, só num trecho de rua. E dizem que as autoridades competentes precisam fazer alguma coisa.
É sabido que o álcool, particularmente quando a mulher senta-se à mesma mesa, aumenta as chances do casal brigar, e, consequentemente, da mulher apanhar. Porém, é ilusório pensar que venha ser a bebida o motivo maior das agressões.
Com a palavra à delegada Lígia, na hora que quiser apresentar os dados das agressões registrados em 2015.
Não obstante, uma cultura machista, em que a mulher, ainda nos dias de hoje, lamentavelmente, é vista como propriedade. Do marido, e em alguns casos, do filho.
Acrescente-se a isto, o depoimento de Lígia, à Câmara Municipal, no dia internacional da mulher, em que releva a crueldade que se passa nos lares combalidos pelas drogas. Onde não apenas mulheres, mas também os idosos, sofrem maus-tratos.
A imprensa registra o fato. É o que nos cumpre. “/A dor da gente/ não sai no jornal…/”.
No caso da violência contra a mulher, alguém, melhor: algum órgão voltado para essas questões especificamente, precisa abrir esse livro e nos apresentar quem são essas mulheres? O que acontece no dia seguinte à sua agressão?, quando registrada?, há como prevenir às agressões?, e se há, o que é feito neste sentido?
Alguém, uma mulher, pede socorro na esquina.