Nunca se viu
A emoção foi a tônica em todos os momentos. No abraço com a mãe, na poesia brejeira declamada pelo pai, na performance musical sempre aplaudida de Andréia e Sérgio, no vídeo que seus familiares produziram para homenagear o empresário/escritor Maciel, que hoje administra uma das mais modernas empresas do comércio local, a Milenium, “sua loja de roupas da estação e suas vitrines belíssimas que enfeitam a noite da Avenida Getúlio Vargas quando o comércio já está com as portas cerradas”. Certamente muitos dos que ali estavam e não cansavam de aplaudir o empresário, agora também escritor, vestiam roupas adquiridas na Milenium.
Mas ali, homenageava-se o escritor que é aquele ser que “tira das entranhas as mais profundas emoções e as desenha no papel, dando-lhe cor e brilho qual uma bela pintura para ser apreciada. Escritor é ser o mestre-cuca que faz das palavras uma receita mágica com um sabor especial e oferece ao leitor para degustar. É ser o arquiteto que planeja e projeta as mais sólidas edificações, o artesão que molda e modela as mais lindas peças que enchem os olhos de quem as vêem. É o costureiro que junta retalho por retalho e os transforma numa bonita colcha. É ser o médico que cura e salva vidas. Ser escritor é ser humilde de coração, dividindo com os outros os seus sentimentos mais puros”.
Foi assim, que a mestra de cerimônias, Márcia, bibliotecária da Faculdade Sete de Setembro começou a homenagem ao escritor Maciel Teixeira Lima. Dela é o texto Ser Escritor, citado nesta matéria. Convidado para escrever o Prefácio e apresentar o livro, ali estive dizendo da minha alegria de poder fazer isso, mostrando a todos o potencial que estava adormecido e agora desponta para outros horizontes. Sávio Mascarenhas, diretor sócio-cultural do Clube Paulo Afonso, que sempre participou ativamente de eventos culturais como o Modernismo, criado pelo Professor Luiz José, também presente, não escondia o seu entusiasmo de ver o CPA, numa sexta-feira reunir tanta gente num lançamento de um livro.
Mas o que se viu ali foi muito mais. Foi a delícia da voz de Marília Santos cantando, foi a FASETE homenageando o autor através do Professor Jaques Fernandes e do Diretor daquela Universidade, Gilberto Sérgio, que entregaram uma placa a Maciel, que ali fez seu curso de Administração e Pós-Graduação.
O que se viu foram os bons atores da APDT, sob a direção de Jacson Alexandre Costa, contarem a sofrida e vitoriosa história de Maciel em cenas memoráveis de um enredo chamado “O Matuto Empreendedor”, criado especialmente para este momento histórico. Outro momento marcante foi a quando subiu ao palco a Cia. de Dança Contepoafro, dirigida por Panda, apresentando uma coreografia afro, tendo à frente o professor Júnior que multiplicou os muitos aplausos ao voltar com o Grupo de Dança Filhos da Terra e a coreografia Mameluco, da cultura pernambucana.
Não faltaram nesta noite homenagens para Maciel, como a do ex-Presidente da CDL, o empresário Francisco Rodrigues. Linda também a participação do Coral Canto da Terra, da UNEB, organizado e regido pela professora Gicelma Oliveira, com a participação do cantor e compositor Ropiário Júnior.
A agência de modelos WG Models esteve lá, com todo o seu cast desfilando em tapete vermelho, enquanto a bela voz de Patrícia encantava a todos ao interpretar “Tente outra vez”, de Raul Seixas. Música da melhor qualidade também trouxe Oscar Silva, ao apresentar a canção O Matuto Empreendedor, de sua autoria em homenagem ao escritor Maciel.
Depois vieram os autógrafos, com 10% da renda para os projetos sociais do Colégio Sete de Setembro e o autor recebeu os abraços merecidos de muitos que, numa fila imensa não se queixavam e faziam questão de posar para uma foto das lentes do MaisFesta, de Vicente e de Fernando Feitosa, Toitinho, que ilustram esta matéria. Foi, de fato, um momento ímpar para a sociedade pauloafonsina e ele apenas reflete a luz que Maciel coloca em cada tema do seu livro que conta a sua vida e, certamente, será espelho para muitos que desejarem crescer, deixar de ser apenas a galinha da fábula e alçar vôos memoráveis como a águia.
Porque, “ser escritor é ser o professor que pacientemente ensina seu aluno na perspectiva de fazê-lo crescer como pessoa, informando, divertindo, instruindo-se para ser cidadão consciente. É ser padre ou pastor que encaminha suas ovelhas para o bom caminho. É ser pipoqueiro da praça que enche a garotada de alegria”.
Para Maciel Teixeira Lima, matuto, vendedor de picolé e alface, menino pegador de frete, que passou fome e frio