Duelo no Judiciário provoca mudanças na rotina dos moradores de Paulo Afonso

O duelo no judiciário em Paulo Afonso (município localizado a 450 km de Salvador), na região norte do Estado, provocou mudanças na rotina da cidade, agitando as conversas do cotidiano das pessoas. O assunto ganhou as ruas, bares e restaurantes. A guerra dos juízes Jofre Oliveira (Vara Crime e da Fazenda Pública) e Rosalino Almeida (Vara Cível) é o assunto do momento. A chuva de denúncias de um contra o outro corre por todos os lados e a maioria da população, em clima tenso, prefere não falar sobre o assunto.

O presidente da OAB de Paulo Afonso, José Fernandes Neto prefere se manter imparcial e diz que o caso deve ser resolvido no menor espaço de tempo possível, respeitando os princípios constitucionais de ampla defesa.

O presidente da Câmara de Vereadores, Antônio Alexandre dos Santos, acha que o escândalo foi criado por Jofre que está querendo colocar o outro juiz numa discussão em que o próprio está envolvido. “Conhecemos a conduta de Rosalino e ele é uma pessoa de bem, independente de poderes e, no município, não sabemos do seu envolvimento em nada que desabone sua conduta.

Fiquei surpreso com as acusações de Jofre, diante da sua própria situação que já conhece mos, que é ruim. Não conhecíamos o passado do juiz e verificamos hoje que ele tem uma ficha suja e não entendemos porque a justiça do nosso Estado apadrinha coisas deste tipo”, observa.

Depois das acusações feitas pelo juiz Jofre Oliveira, de que o prefeito da cidade, Anilton Bastos (DEM), teria se beneficiado na campanha com o apoio da promotora Milane Tavares e de Almeida, a autoridade aguarda que a verdade prevaleça. “Quem faz acusações tem que provar. Eu não tenho aproximação nem com um, nem com o outro juiz, mas fiz uma campanha limpa e, se houve fraudes, que a Justiça julgue”, destaca Bastos.

A Tarde procurou a promotora Milane Tavares, que afirmou que só vai falar sobre o assunto quando tiver autorização da Procuradoria.

O juiz eleitoral, da comarca de Paulo Afonso, Marley Cunha, também foi procurado pela equipe de reportagem, mas está de férias e a posse do juiz substituto ainda não aconteceu.