16 de dezembro de 2025

José Tenório dos Santos (Zé de Ló): “Os Irmãos de Luiz”

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OS IRMÃOS DE LUIZ      

Historicamente comprovado como os maiores “desenvolvimentistas do nordeste”, trabalhadores estão sendo abandonados, sem a menor condição de vida. Perambulando na tentativa de sobreviver sendo induzidos a praticar crimes nas estradas. Ocasionalmente quando não matam, tornam-se incapacitados ou morrem amaldiçoados pelos humanos.

A melhor homenagem que se pode prestar na comemoração do centenário do eterno LUIZ GONZAGA, é buscar solução para os problemas do nordeste, apontados por ele, nas melódicas, e muitas vezes desesperadas letras dos baiões cantados. Alternativas como os programas ”Um Milão de Cisternas” e “Água para Todos” que devem somar-se ao projeto de revitalização das bacias hidrográficas. Já que nos intitulamos como única espécie racional, temos obrigação de encontrar solução para amenizar o sofrimento destes trabalhadores, que de algum modo, sempre os escravizamos e usamos sua denominação de jumento, como sinônimo de falta de sabedoria, chegando ao absurdo de destrata-los comparando-os com determinados individuos que ocupam cargos públicos. Não devemos simplesmente condená-los à morte, Luiz Gonzaga lutou contra a idéia de utilizar estes animais como alimento (charque), até mesmo para sertanejos famintos, imaginem o que diria da idéia de transforma-los em iguarias chinesas.

Talvez a saída fosse o controle de natalidade, não o uso de camisão. Pois, mesmo que a igreja neste caso não se oponha, estaríamos agravando outro problema ambiental, causado pelo excesso do uso de sacolas plásticas (Tudo parece uma “zorra total” sem graça, no País sério). Estes animais acusados de não usarem o cérebro, são vistos constantemente (como o da foto, tirada na BA 210, divisa Bahia com Pernambuco), com os cascos enfiados em latas e outros tantos resíduos sólidos, jogados por seus irmãos que não usam a consciência para preservar, o cada dia mais estreito, bioma caatinga.

Que transporte Jesus usará quando voltar? Enganam-se, os que pensam que o abandono deste animal sagrado, significa apenas evolução dos meios de transporte, reflete ainda, como alardeava Luiz Gonzaga, a falta de estrutura das propriedades dos sertanejos, que mesmo declarando amor ao animal, não tem condição de mante-los nas manjedouras, livres dos asfaltos. Hoje o som dos “relógios” admirados pelo rei do  baião, alertam-nos para hora de cuidar deles. Pois “QUERENDO OU NÃO, OS JUMENTOS SÃO NOSSOS IRMÃOS”.  

     

José Tenório dos Santos (Zé de Ló)

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