28 de março de 2024

Por melhorias nas atividades do campus, alunos do IFBA – Paulo Afonso fazem mobilização

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Na tarde desta segunda-feira (26), a redação do site ozildoalves foi informada que os alunos do IFBA (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia) – Campus Paulo Afonso, realizariam uma mobilização contra, segundo eles, a falta de respeito da instituição com o aluno, desorganização de horário, estrutura deficiente, a ausência de aulas práticas e o desinteresse do IFBA em articular estágios para os seus estudantes. A reportagem do nosso portal de notícias esteve no local e constatou a mobilização de todos os alunos, que se recusaram assistir aula na noite desta segunda-feira, até serem atendidos pela direção do instituto. O diretor Arleno, que não tinha conhecimento da situação, se deslocou até o pátio para uma conversa com os alunos.

 

Os alunos despejam suas insatisfações

"Eu faço o 4º módulo de Biocombustível, não tive nenhuma aula prática… A maior insatisfação da minha turma é que a gente vai sair, vai se formar, sem ter noção nenhuma de como é que se faz biocombustível. O curso técnico, que eu saiba, é um curso onde tem que ter técnica, você tem que ter prática, e não só teoria. E a gente só tá tendo teoria, e teoria, teoria, teoria… Ninguém quer se formar com teoria. Pra ser teoria a gente vai fazer o que?… Vai ensinar pedagogia? Vai viver só de dar uma palestra quando a gente se formar? Por que trabalhar numa usina a gente não vai poder. Eles não estão correndo atrás de nada pra gente. Teve estágio, bolsa da Petrobras, que só pôde uma turma que veio depois da gente. Nós, que somos os primeiros, não tivemos direito a nada. É difícil viagem, é difícil tudo. A gestão tá uma bagunça, porque não tem nada, eles não disponibilizam nada pra gente. E o diretor só fica enrolando, enrolando, enrolando e enrolando. Eu só vejo enrolação", desabafou a jovem estudante Talita Ferraz, em entrevista a nossa reportagem.

A direção do IFBA reconhece suas falhas, mas…

O site ozildoalves buscou também ouvir o posicionamento do IFBA. Inicialmente, o diretor do IFBA, Arleno, disse ter ficado feliz com a maturidade dos alunos em mostrar insatisfação e buscarem seus objetivos. "Se eles estão se sentindo prejudicados, ele tem mais é que reivindicar é um direito do cidadão, ele tem que correr atrás…", falou, Arleno, que também reconheceu os problemas da instituição. "Nós não temos a escola ideal, a escola ideal não existe. Nós temos uma escola que tá sendo implantada com um nível de dificuldade. Nós temos verba do Governo Federal, compramos equipamentos, temos professores na instituição, agora estou com alguns problemas. Eu tenho professor que tá com atestado médico. Dois professores começaram o semestre letivo com atestado médico. E dois desses professores têm muitas disciplinas. Então, tem turma que vem para cá e não teve aula, porque simplesmente ser a aula desses dois professores. Outra coisa que eles questionaram muito foi quanto ao planejamento de horário. Isso eu concordo com ele. O aluno é pra chegar em sala de aula e encontrar o horário pronto", comentou o diretor, que prosseguiu em sua longa justificativa sobre a formulação do quadro de horário das aulas.

"Acontece que aqui nós temos uma gama de professores que moram fora de Paulo Afonso, então, tem que ter horários especiais. Isso não existe. O horário da instituição tem que ser feito pela instituição e passado para o professor. Não podemos fazer uma escola funcionar, que só tenha aula de terça a quinta. Tem que ter aula sexta-feira, gente. Segunda-feira é um dia letivo. Não podemos fazer um horário e depois sair procurando remendar o horário, pra agradar a, b e c. Professor tem que aprender a chegar na escola e receber esse horário. Se foi uma desorganização? Reconheço que foi. O aluno tem direito? Tem! Ele tem que reclamar? Ele tem que reclamar. Por que? Como é que eu chego na sala de aula e não quem é o professor que vai me dar aula. Se não tem horário, ele tem todo o direito de reivindicar".

Outro ponto muito questionado, em especial pelo curso de Biocombustível, é a ausência das aulas práticas. O Diretor Arleno explicou que o IFBA possui laboratórios para os cursos de Eletromecânica e Informática, mas que infelizmente, a unidade do curso de Biocombustível não está em funcionamento, pois não existe um galpão. “Reconheço que o curso de Biocombustível nós temos uma unidade, que nós recebemos há um ano. Infelizmente pra essa usina funcionar eu preciso de um galpão. Esse galpão não foi construído, eu preciso de verba pra construir esse galpão. Enquanto o galpão não foi construído, simplesmente esse equipamento ele pode ter aula só prática da parte de equipamento. Essa usina não vai produzir se ela não tá montada. É ansiedade dos alunos de Biocombústivel? Concordo em gênero, número e grau. Se eles estão vendo a usina aqui, a usina custou quase um milhão de reais, e não vê essa usina em funcionamento, eles estão cobertos de razão”, finalizou Arleno.

 

Os alunos após conseguirem o mínimo de atenção da direção

 

No final de tudo, desesperançosos, os alunos ainda não enxergam ação da direção do IFBA
Segundo Talita Ferraz, a estudante que apresentou as reivindicações de seus colegas no início desta matéria, a conversa com a direção não levou a lugar algum. "Ele tava se contradizendo. só faltava gaguejar. Era blá-blá-blá, blá-blá-blá e blá-blá-blá. Só ouvi isso, blá-blá-blá! Que solução eu não ouvi nenhuma. Ou ele tome alguma atitude, ou saia, largue o cargo. Ele não é técnico em eletrônica? Vá trabalhar com isso!", falou Talita sobre as justificativas dadas pelo Diretor Arleno aos responder as inquietações dos estudantes.

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