Neste final de semana os pauloafonsinos puderam apreciar o espetáculo de dança butoh, vindo direto da Argentina, “Habla Casandra”. A apresentação foi a primeira realização de 2012 da produtora pauloafonsina JaRô, que nesta ocasião contou com a parceria da Candeeiro Iluminação & Entretenimento. A argentina Rhea Volij, coreógrafa e dançarina do espetáculo, tirou a plateia da comodidade, deixando os expectadores curiosos e instigados a questionar sua dança.
Essa não é a primeira vez que a argentina vem ao Brasil, mas foi sua primeira vez se apresentando na Bahia com este espetáculo, que nasceu em 2011. O contato da JaRô para a vinda de Rhea Volij a Paulo Afonso, se deu através de Clara, que já morou aqui na cidade, mas atualmente reside na Argentina e acompanha os trabalhos de Rhea, que antes de fechar sua passagem pelo Brasil em Paulo Afonso, esteve com “Habla Casandra” em Salvador e ministrou oficinas em cidades do interior do estado. E durante uma pausa do seu aquecimento, antes da sua última apresentação aqui na cidade, Rhea Volij conversou com o site ozildoalves.
“Hoje eu vou explicar um pouquinho a obra antes de começar a dançar. Eu acho que é melhor. Eu senti muito a dificuldade em entender, pela falta de costume muito natural. Eu aceito isso e pra mim é muito interessante ceder a minha parte um tanto artística, de não ficar longe de gente, misteriosa, hermética… Eu estou muito contente hoje de fazer algo completamente diferente da minha vida, que é explicar um pouquinho… Contar história!”, comentou a dançarina, que não deixou de elogiar as nossas belezas naturais e de falar mais sobre a rica experiência que foi se apresentar em Paulo Afonso.
“Eu danço, por exemplo, a dança de marinheiros, e ontem foi muito bonita essa parte. Eu vivi um pouco um pescador de Paulo Afonso. Isso é muito importante pra mim, sentir onde eu estou. Também gosto muito de tomar o espírito do povo. Eu senti em Paulo Afonso a importância do Rio São Francisco, toda a transformação que há nele, da diferença dos peixes… Hoje eu nadei no lindo rio que vocês têm", confessou Rhea, que também falou que a sua arte é uma dança de forças.
Já Jackson Cavalcante, que toca a JaRô Produções junto com Romildo Alves, questionado se é uma característica da produtor trazer apenas espetáculos alternativos a Paulo Afonso, que fogem de um apelo popular, disse que não há uma regra para a escolha dos espetáculos. “Mas eu aposto muito nas coisas que não estão muito prontas. A televisão já faz muito isso, a leitura é imediata”, falou o rapaz.
“No começo do espetáculo eu não entendia nada, mas o tempo foi correndo e comecei a fazer várias suposições do significado daquilo – suposições essas que nada tinham a ver com o real significado, que eu só fiquei sabendo após ela falar. A mulher que interpreta Casandra tem uma força e um equilíbrio incrível. Tanto envolvimento que… Enfim, eu gostei”, comentou a estudante Taynara Reis após assistir “Habla Casandra”. E é a partir de comentários como esse que percebemos o tanto que a JaRô Produções tem ganhado ponto no seu papel em Paulo Afonso de formar expectadores, proporcionando novas vivências e a acessibilidade a outras culturas.
