16 de março de 2025

Francico Nery Júnior: Natal em Massachusetts

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Em dezembro do ano 2000, estava na Flórida onde trabalhei por uma semana na cidade de Jacksonville na Global Missions do Pastor Rex Briant. De lá, dei uma subidinha até Massachusetts. Fiquei com Ângela na casa de Jorge e Meire, ela brasileira de Paulo Afonso, na cidade de Worcester, por mais de dois meses.
 
Era época de Natal, Christmas Time, e pude viver tudo aquilo que via nos filmes e cartões postais dos Estados Unidos. Em 1989, tinha estudado em Houston, no Texas, onde tudo é diferente. Estava agora no nordeste dos Estados Unidos, perto da costa, onde uma das 13 colônias iniciais havia se instalado. Quando o avião pousou, vi a neve pela primeira vez, ainda lá de dentro. Mais tarde, já na casa de Meire e Jorge, tive direito de tirar fotos, esquiar, jogar boliche e fazer o tradicional boneco de neve. Nós verdadeiramente nos lambuzamos na neve.
 
Curioso como as coisas são na realidade: embora tendo que se apetrechar com sete camisas e capotes, eu não sentia frio. O frio do inverno americano é diferente. Não é doentio. Caminhar por três quilômetros até a igreja adventista era uma doçura. Não há suor para incomodar nem sol para queimar. Deslizava com os pés na neve a conversar com os próprios botões. Ângela ficava para trás e acompanhava o casal de amigos para a adventista dos brasileiros. A sensação que eu tinha, ao sair de dentro de um ambiente aquecido para a rua, onde o termômetro acusava seis graus abaixo de zero, era que o ar condicionado deles era do lado de fora. A primeira vez que saí, segurei a orelha e verifiquei que estava congelada. Soltei imediatamente. Achei que poderia quebrar.
 
Os americanos do norte são extremamente educados. Eles nos cumprimentam nas ruas. No dia de Natal, saúdam-se uns aos outros – e a nós também – com o famoso Merry Christmas (Feliz Natal). Nós poderíamos fazer o mesmo por aqui. Não custa muito. Constrói e nada subtrai. Uma vez fui a uma universidade em busca de um curso para fazer. Estava nos Estados Unidos da América e trazer mais um diploma para o currículo só acrescentaria. Entrei acanhadamente em um departamento em busca de informações. Bati de frente com o doutor-chefe que fez questão de me orientar ele mesmo e ainda me acompanhou até o setor onde eu melhor me colocaria. Eu havia entendido bem as suas orientações, mas acho que ele não havia confiado na minha capacidade de entender.
 
Os americanos não gostam da neve. Primeiro, têm que acordar cedo para limpar as calçadas. A neve caída logo se concentra e vira gelo. Se alguém escorregar, a responsabilidade é do dono da calçada que pode ser processado. Segundo, se o sistema de aquecimento falhar, eles podem congelar dentro de casa. No centro de Worcester, pode-se ouvir, o dia todo, as sirenas dos carros dos bombeiros. Em terceiro lugar, a neve se amontoa nas frentes das casas, tomando os locais de estacionamento. Lembro que o motorista da van que nos levava para a escola, ao saber que éramos de uma zona de seca, sugeriu que eu colocasse toda aquela neve no avião e a trouxesse para o Brasil.
 
Só não encontrei Papai Noel. Não vi renas nem andei de trenó. Vi, porém, os americanos naquilo que eles têm de melhor. Isso me ajudou a desenvolver cada vez mais uma postura de procurar enxergar nas pessoas apenas o que elas têm de bom. Fomos feitos à semelhança de Deus e certamente cada um de nós tem algo de bom para ser visto ; e considerado. Então, é época de Natal e vamos, ouso sugerir, esquecer tudo que não foi bom em 2011. Se assim fizermos, acho – tenho certeza -, seremos mais felizes em 2012. O bom é ser feliz!

 

Francico Nery Júnior

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