Os “realities show´s” são programas sem um roteiro pré-definido, composto (na maioria dos casos) por pessoas consideradas comuns. Elas ficam confinadas em uma casa ou outro determinado lugar, participam de competições constantes e são vigiadas o dia inteiro, tendo suas imagens veiculadas para que todos possam ver como se comportam em situações normais. O resto (para quem aprecia o gênero), todos sabem.
A situação curiosa e incomum desse tipo de programa aconteceu, justamente na sua estréia, neste domingo, dia 14, no programa “A casa de Ana Hickmann”, da rede Record. O programa acontece na própria casa (digo, mansão) da apresentadora, tendo como objetivo selecionar uma jornalista para o programa “Tudo é possível”. A candidata Wasthi Lavers de Castro, desistiu dessa empreitada alegando “motivos pessoais”.
Sob um clima de muita emoção, a candidata, em conversa “particular” (e exibida para o mundo todo) revelou que era membro da igreja Adventista do 7º Dia e que, por entender que o sábado é um dia especial e separado por Deus para o descanso físico e mental, não deveria cuidar dos próprios interesses (muitas provas aconteceriam aos sábados, segundo a apresentadora). A candidata resolveu abrir mão deste sonho alegando que “os sonhos de Deus eram maiores” para a sua vida.
A verdade é que, quando o assunto é religião, o melhor caminho é buscar informação e respeitar o que para nós, parece estranho. Sempre será mais simples e cômodo alegar que este ou aquele é um fanático que prefere perder as oportunidades que a vida lhe oferece em fidelidade à sua crença.
Não podemos nos esquecer que a liberdade religiosa é um direito garantido em nossa Constituição (art. 5º, VI) e, todos têm o direito de fazer suas próprias escolhas com livre-arbítrio. É um privilégio de todo homem em nosso país, adorar e cultuar da forma com o que dita a sua consciência. Neste caso, existe inclusive a opção de se fazer a opção errada. Nas escolhas da vida, algo sempre estará certo ou errado. O meio termo, nesses casos, não satisfaz. A Adventista escolheu por ser fiel às suas convicções, que corajosamente, ela não abriu mão. A reação da apresentadora foi outra grande surpresa revelada, pois, é tão comum a “deficiência racional” neste tipo de situação, porém, ela demonstrou respeito e elegância através de um fino trato, ao colocar a candidata “contra a parede”. Ela defendeu o seu programa e Wasthi, os princípios imutáveis da Palavra de Deus, nos quais acredita. Resultado: confirmando a máxima de quem tem fé, “Deus honrou” àqueles que O honram e a produção do programa contratou a ex-participante para fazer a cobertura jornalística do programa. Bem… Deus não é neutro.





