Emocionante! Pauloafonsinas com doenças incuráveis contam suas histórias e dão uma lição de vida

 

 

Os relatos a seguir são reais, são de duas moradoras de Paulo Afonso, mulheres fortes e guerreiras. Ambas são portadoras de doenças incuráveis. Jéssica Fernanda e Elayne Mirelly. A primeira teve a inciativa de levar a público, através do portal PA4.COM.BR, as duas situações, melhor, deixou o seu problema de lado e incentivou a amiga a compartilhar a sua comovente história, e quem sabe assim, encontrar pessoas que de alguma forma possam ajudá-la.

 

Jéssica, apesar da recente descoberta de um eventual câncer, acredite, está encontrando forças em Elayne, uma pessoa que por causa da doença já esteve entre a vida e a morte, mas que com muita fé em Deus e oração conquistou vitórias.

 

Elas mesmas contarão a seguir, as histórias que são uma lição de vida:

 

(Jéssica Fernanda – 28 anos)

 

Olá a todos,

 

Me chamo Jéssica e moro em Paulo Afonso no Estado da Bahia.

 

Há quatro meses luto contra um possível câncer no ovário, tenho 28 anos, mas o meu problema se tornou pequeno ao conhecer Elayne. Ela sofre com uma doença chamada lúpus que não tem cura. Ela completa 23 anos agora dia 2 de abril, mora na mesma cidade que eu. Deus lhe deu o dom de maquiar, isso a ajuda para inibir as marcas da doença. Ela usa peruca sintética por não ter condições de comprar uma peruca de cabelo natural. Até quero doar o meu para ela, só que precisamos encontrar alguém que faça a peruca. Ela tem o sonho de ter uma Clínica de Estética, fazer o curso e poder trabalhar com esse dom que Deus lhe deu. Já passou por muita humilhação e ainda luta para ter os remédios gratuitamente. O mais lindo sobre Elayne, é que ela não quer piedade nem o dinheiro de ninguém, ela quer ter a dignidade de ganhar seu dinheiro fruto do seu próprio trabalho. Essa menina mulher é um anjo que apareceu em minha vida para me mostrar o quão pequeno é o meu problema. Ficarei eternamente grata a todos que ajudarem a realizar o sonho de Elayne. Deus abençoe a todos nós!

 

(Elayne Mirelly – 22 anos)

 

Já sofri muita humilhação, dei entrada no INSS para tentar conseguir ao menos alguma ajuda para manter a medicação, fui negada por “não haver motivos suficientes para o auxílio”.

 

Também tentei pela federal e não consegui, voltei para o INSS e vi o tamanho do protocolo, cheguei a pensar que era mais fácil morrer do que conseguir ajuda, então eu desisti, sim, eu desisti porque dói ser humilhada, cansa também.

 

Falei a minha mãe que Deus nunca tinha deixado faltar nada e que eu viveria na dependência dEle.

 

Os dias passaram e mesmo sem poder, eu comecei a fazer um biquinho no Salão de Beleza de uma amiga, isso me ajudou muito, porém hoje em dia é bem mais difícil aparecer algo que eu possa fazer lá.

 

Sempre gostei de maquiar, desde nova sempre foi minha paixão, os anos se passaram e com a necessidade por estar toda manchada, e não ter sobrancelha, fui me aperfeiçoando como eu podia, vídeos no YouTube, Instagram… me ajudaram a aprender o pouquinho que sei sobre maquiagem.

 

Meu sonho real é ter uma Clínica de Estética e Maquiagem, sabe, conseguir me especializar e ter o meu negócio, é algo que amo e com certeza com ajuda e estudo, eu faria valer a pena.

 

Não quero depender de ninguém, a não ser Deus, por mais que eu tenha algo meu que eu possa trabalhar, ainda serei dependente dele para me capacitar.

 

Acho que conseguir contar um pouco o que passei, mas quem eu sou você só pode saber perguntando aos que convivem comigo, família, amigos… dou total liberdade a perguntar a qualquer um deles quem é a Elayne.

 

Tenho convicção que todos os milagres que vivi não foram em vão e mais convicção ainda que viverei outros, e que ajudarei pessoas.

 

Estou disposta a ser minha melhor versão todos os dias, prazer, Elayne Mirelly Cabral dos Santos!

 

Então, meu nome é Elayne, faço 23 anos dia 02/04 e tenho lúpus.

 

Aos 15 anos de idade eu era uma menina normal, sempre tive muito cabelo, grande e cacheado, lindo, minha pele era a coisa mais linda, eu nunca tive problema com espinhas.

 

Eu estudava normal, aí nas férias eu comecei a trabalhar em um supermercado grande aqui de Paulo Afonso, só para não ficar desocupada no tempo que não tinha aula.

 

Eu ia e voltava todos os dias 4 vezes, sendo que 3 eram no sol, a ida, depois ia pra casa almoçar e voltava do almoço, isso só durou 1 mês porque um dia apareceu uma manchinha no meu nariz que de início eu achei que fosse sumir e com uma semana, ela tomou de conta do meu rosto fazendo um formato de borboleta, era feio e escuro…

 

Comecei a ir a médicos e eles diziam ser alergia ao sol, aí tive que sair do trabalho para ver se melhorava.

 

De repente, dentro de 15 dias eu perdi 11 quilos e com um mês perdi 80% do cabelo, comecei a sentir muito enjoo, muitas dores, tipo insuperáveis que chegava ao ponto de eu não conseguir nem andar, parecia que tinham facas entrando em meus pés e meus ossos se partindo.

 

Então um dia, meu irmão ficou revoltado e falou com minha mãe porque aquilo não tinha condições de ser alergia ao sol, com isso mãe conseguiu marcar uma consulta com uma dermatologista aqui da cidade, por ela ser a melhor daqui, as pessoas diziam que ela era muito arrogante e não atendia as pessoas direito quando a consulta era pelo SUS, então eu fui com medo, mas fui, não tinha outra opção…

 

Deus foi tão bom comigo que ela foi maravilhosa, me tratou muito bem e de cara me disse assim: “princesa, você tem lúpus”.

 

Foi um choque, chorei na hora, eu tinha 15 anos e lúpus não tinha cura, fiquei desesperada de verdade.

 

Comecei o tratamento e no mês seguinte fui diagnosticada com início de depressão.

 

Obs: nessa época eu tá tinha ido buscar meu pai várias vezes em lugares esquisitos que tempos depois descobri que ele usava muita droga, meu pai era alcoólatra, sumia meses de casa, não ajudava, minha mãe era doméstica e cuidava de mim e de mais 2 irmãos mais novos, aluguel, água, luz e agora medicação com apenas um salário mínimo.

 

Quando a médica falou sobre a depressão, ela passou uns antidepressivos para que eu não ficasse pior, nesse dia o meu pai estava em casa e eu contei a ele, acredito que naquele dia ele foi usado por Deus quando ele disse o seguinte “Eu não quero que você tome isso e se alguém comprar também vai comprar briga comigo”!

 

Então, eu decidi aceitar a decisão dele.

 

Não tomei, com 3 meses de tratamento eu fiquei boa, tipo boa mesmo!

 

Voltei a comer direito, engordei de novo, voltei a estudar, trabalhar e viver normalmente, o cabelo cresceu e assim eu vivi por alguns anos.

 

Até chegar um dia em que eu relaxei e fiquei 8 meses sem ir para o médico, isso resultou numa piora terrível e foi aí que a luta começou de verdade.

 

Eu morava sozinha e comecei a sentir os mesmo sintomas, tive que sair do trabalho aí meu irmão trabalhava fora e a esposa dele era minha amiga de infância, então ele pediu pra que eu fosse morar com ele porque ele sempre estava fora e eu fui, já estava muito doente novamente e não tinha coragem de contar a mãe.

 

Nessa época eu tinha ficado 4 anos fora de igreja, sem querer saber de crente na minha vida, eu estava só “curtindo”.

 

Mas aí, tava com saudade dos meus amigos de verdade, de ir à igreja e comecei a frequentá-la novamente, e eu amava estar ali.

 

Tive uma breve melhora até o dia que tive um ‘baque’ emocional, eu tive uma crise, com uns 10 dias eu fiquei toda manchada, meu cabelo caiu quase todo de novo e eu já não conseguia mais comer, nem andar direito, eu só chorava de dor e desespero, tudo isso sem contar a minha mãe.

 

Não tem aqueles vídeos que mostram homens que tomaram anabolizantes e o braço fica saindo pus e tal? Então, aconteceu isso com meu joelho, até hoje eu não sei o porquê, foi do dia pra noite, dormi bem e acordei com o joelho inchado e quanto mais dias passavam, pior ele ficava, quando eu decidi contar a mãe porque meus amigos me pressionaram e eu também estava querendo o colo dela, ela ficou louca, e no outro dia já conseguiu marcar uma consulta com meu médico.

 

Quando eu cheguei lá, já cheguei passando mal, e ele não acreditou que realmente era eu.

 

Ele disse assim – Elayne eu nem sei como você ainda está viva, você tem que ser internada agora.

 

Eu estava com meu pai, quando ele falou isso, eu já comecei a ficar pior.

 

Ele me mandou para o hospital, aí eu já não andava mais, quando cheguei lá não tinha vaga, meu pai ameaçou todo mundo, coisa de pai, e não me tirou de lá até conseguirem uma vaga pra mim.

 

Conseguimos.

 

Fiquei 3 dias no repouso e 3 dias de tortura, 1 banheiro pra todo mundo e eu não podia ter contato com ninguém e lá as pessoas me olhavam torto por eu estar toda manchada e com feridas, o que mais tinha era gente.

 

Consegui a vaga para o isolamento e lá eu fiquei por volta de 21 dias ao todo.

 

 

Nesse tempo eu fui diagnosticada com pedra na vesícula, estomatite herpética, hepatite autoimune, possível cérebro inflamado, anemia profunda, e cheguei a 99,9 % de chance para atingir a síndrome de Steven Johnson.

 

Temos uns números no fígado que deve ficar entre 50 e 60, o meu estava em 500. Era impossível eu estar viva, segundo o médico disse. Nenhuma capital me aceitou porque não saberiam o que fazer.

 

O lúpus estava atingindo o fígado e a pele ao mesmo tempo. O médico desenganou e disse assim – Eu tô indo embora agora mas volto amanhã pra assinar o óbito dela.

 

Obs: Ele só me contou isso depois que eu já estava bem.

 

Pra supressa dele, quando ele voltou os meus amigos tinham orado por mim e ao invés de assinar óbito, ele teve que assinar foi a alta, 3 dias depois de eu ter um crise e ir pro oxigênio porque com palavras dele “um milagre aconteceu”.

 

Calma, ele é maravilhoso, hoje é meu amigo, muito atencioso, ele só me contou isso quando eu fiquei boa, ele disse que era impossível eu conseguir sobreviver porque a medicina já não tinha mais o que fazer.

 

Mas, Deus é sempre bom!

 

Recebi alta e fiquei 3 anos boa, só que sem cabelo na parte da frente e não tenho mais sobrancelha. Ano passado o lúpus piorou e virou lúpus subagudo.

 

Ai ele brincou comigo e disse assim – Elayne, em você só aparecem coisas que não são normais.

 

Ai fiquei triste, chorei, mas confiei em Deus, então sai do médico e fui direto pra igreja onde meus amigos estavam, o médico disse que eu teria que fazer um tratamento pra hanseníase caso os meus exames dessem positivos.

 

Quando contei isso aos meus amigos, ninguém aceitou e clamaram e choraram comigo pedindo a Deus outro milagre.

 

E Deus fez!

 

Eu tinha que fazer um tratamento com medicação de 1 mês para obter um resultado, eu fiz 4 dias e fiquei boa. RS. Glória a Deus!

 

Ele disse assim – Esse seu Deus é muito forte!

 

E hoje eu estou bem, apesar de algumas dificuldades com o lúpus, ainda creio numa cura, mas caso ela não venha, Ele continua sendo Deus.

 

Tenho alopecia e minha cabeça está atrofiando, conseguir começar um tratamento pra ver se cresce cabelo.

 

Está nas mãos dEle…

 

Então, vivo com ajuda da igreja e meu pai que antes era um vagabundo, hoje é meu maior orgulho, está há 3 anos firme na mesma igreja que eu e paga tudo que eu preciso, as vezes é difícil, porém Deus sempre ajuda e a gente dar um jeito.

 

Não posso tomar sol e nem ter baques emocionais fortes, não posso trabalhar fazendo esforços físicos.

 

Mas eu sou feliz, de verdade.

 

Contatos:

 

Jéssica Carvalho -Rua Botafogo, nº 1086, bairro Siriema. Fone/Zap: (75) 98805-7764.

Elayne Mirelly – Condomínio Amanda Moraes, quadra M, n° 13, bairro Barroca. Fone/Zap: (75) 98824-7987.

 

Jéssica resolve doar seu cabelo para Elayne

 

Na noite de hoje (26), Jéssica convidou Elayne para ajudar a realizar um dos seus sonhos, possuir uma peruca de cabelos naturais. As duas foram até o Centro de Beleza Sandes que ofereceu o serviço gratuito, lá foi feita a doação. Veja no vídeo abaixo:

 

 

 

 

 

Na oportunidade, a cabeleireira e esteticista Selma, também entregou para Elayne, mais um cabelo natural doado com muito carinho pela sua cliente de nome Ivonês. O Salão Sandes fica localizado na Rua da Grécia, nº 64, no centro de Paulo Afonso, telefone (75) 3281-6290.

 

Após o gesto de amor, Elayne agradeceu: “Poxa Jéssica, não consigo nem palavras para agradecer a você, a dona Selma, a Janine e a Ivonês. Eu nunca me imaginei assim, fiquei totalmente sem reação, eu estava me segurando pra não chorar, mas eu estou muito emocionada e feliz com tamanha ajuda”.

 

No início da matéria, Jéssica não contou, mas segundo apurou o portal PA4.COM.BR, ela é mãe de duas filhas crianças, está desempregada e o marido teve que largar o trabalho de pintor para cuidar da esposa. “Recentemente, ela esteve em Salvador onde passou por consultas e exames, o pouco dinheiro que tinham acabou, a situação deles é muito difícil”, revelou Janine Lima, vizinha de Jéssica.