Antes da saída de casa, a visita da coordenadora do Centro de Atendimento à Mulher Dona Eudóxia. Prazer enorme, pela visita e por Dona Eudóxia, uma das pessoas que poderiam ter me motivado a voltar para o Colepa quando eu não quis e assumi o ônus que veio depois. Na verdade, foi no interregno de vinte anos que o meu patrimônio mais do que dobrou. Voltei para a Chesf depois dos vinte anos e saí com aquela besteira de brasileiro tradicional do agora- sou-eu-que-saio-porque-quero. A vida segue e o passado fica.
Atendi a coordenadora que veio à [minha] casa para aceitar algumas árvores criadas que eu tinha prometido ao centro por presente. A praça em frente é uma soalheira só e carece de árvores que deem sombra para as crianças e para os carros. Alguém poderia explicar, a propósito, por que, em uma cidade que ferve de calor no verão, não se plantam árvores, exceção para os munícipes de envergadura que plantam? Como não veem que, sem árvores no derredor, os mananciais secam e o rio, o hipocritamente chamado de Velho Chico, murcha, fenece e se esvai; com ele toda a bacia do rio e, também com ele, toda Paulo Afonso?
Saí, após, para o IFBA. Carecia “amarrar” a palestra que Rafael Sol, filho de Francisco Alves, fará para os meninos do noturno do Cetepi sobre eletricidade. Rafael é um ex-aluno, cursou o Ciência sem Fronteiras nos Estados Unidos por um ano e voltou para terminar o seu curso de Engenharia Elétrica, o melhor avaliado dos da Bahia IFBA, pelo que estou informado. A próxima palestra será por Fabiano, outro do IFBA que estudou na Europa, também por um ano.
Mas eu cheguei ao IFBA. Venci uma série interminável de quebra-molas, mas cheguei. Gastei bastante combustível primeira-segunda, sob protesto da terceira marcha, agradei aos donos de postos de gasolina, e cheguei. A primeira coisa e a primeira satisfação: olhei para o pátio central e vi os carros de ex-colegas agora amigos embaixo de algumas árvores que plantei. Eu as plantei e as adubei com as mãos. Cresceram e me agradeceram. Elas agradecem! Sorriram para mim e continuaram a proteger o patrimônio dos que sofrem e labutam para melhor educar os jovens deste país.
Ah – e para terminar -, pareciam me lembrar Victor Hugo, vocês já sabem: “Coisa boa é ser amado. Coisa melhor ainda é amar.”
Francisco Nery Júnior
Grande Rafael esse tem muito futuro parabens!