Começou a Semana Santa em Paulo Afonso; veja como foi a procissão do “Domingo de Ramos”

A Semana Santa começou neste Domingo de Ramos (09), quando a Igreja introduz o mistério Pascal, com dois Evangelhos: de Ramos que é a entrada triunfante de Jesus em Jerusalém, e o da Paixão de Jesus. Portanto, data o fim da Quaresma e temos toda esta semana para contemplar passo a passo o começo desta vida nova trazida por Jesus.

Infelizmente com um mundo em guerra, tanto a mensagem do papa Francisco, como os bispos ao redor do mundo, pediram orações pelas crianças que foram mortas na Síria, onde nem mesmo elas são poupadas do horror e da morte.

A procissão de Ramos da paróquia de Nossa Senhora de Fátima, concentrou-se na comunidade São Judas Tadeu, e saiu às 7 horas com destino à Catedral. O bispo dom Guido presidiu a celebração concelebrada pelo pároco Roni.

Ainda na comunidade, dom Guido pediu orações pelas vítimas da guerra e lembrou que diferente de nós, Cristo não quis possuir nada:

″Jesus poderia ter entrado em Jerusalém com um cavalo: branco e bonito, ou até com um exército, mas ele escolheu um jumentinho, o Evangelho nos diz que Jesus mandou-o trazer, mas iria devolvê-lo, Ele não quer possuir nada. Nem a vida Dele. Quantas vezes nós temos a tentação de possuir a nossa vida, e até a vida dos outros. Este momento é para nos ajudar a olhar e contemplar: Jesus, filho de Deus, pela primeira vez na sua vida não se recusa a ser chamado de rei, agora sem milagre, porque Ele está indo rumo a Paixão, Morte e à grande ressurreição″.

O bispo lembrou que a vida de Jesus, naquele tempo e hoje, acontece no percurso da nossa caminhada:

″Jesus vive no meio do povo, nas nossas alegrias e sofrimentos, vejam que Jesus não convida ninguém a participar, Ele passa e o povo vai reconhecendo esta grande presença, de modo particular as crianças. Eu gostaria que hoje indo também rumo à Catedral, pensemos naquelas crianças mortas na Síria, com veneno.  Hoje com o poder, qualquer um não tem medo de matar, até as crianças″.

Segue dom Guido com a homilia

″A Semana Santa é o ponto de partida da nossa fé, sem a Paixão, a Morte, e principalmente, a Ressurreição de Jesus, não teríamos a fé católica. Porque a nossa fé parte do acontecimento pascal″.

Jesus e a estrada

‘A estrada no sentido físico: Jesus que sai de Jerusalém até o monte calvário, mas também a estrada no sentido figurativo: da humilhação, do sofrimento e também da alegria, a estrada da solidão, podemos meditar este Evangelho e ver como tudo o que está na raiz de Deus é este amor sem limites, desde a criação, Deus nos amou e nos ama.

A Semana Santa em nossa vida

″Devemos contemplar continuamente, este rosto de Cristo, escolher uma ou outra atitude, que Jesus viveu em sua Paixão, para dizer: ‘eu quero aprender um pouco’, pode ser uma atitude de humildade para dizer: ‘eu agradeço ao Senhor, eu quero participar contigo desta caminhada″.

Maria na Paixão e as mães hoje

″Quem é mãe, e quem é pai, quanto aflição hoje diante dos filhos. Maria não se exaltou na entrada do filho como rei em Jerusalém, ela tinha uma mistura de alegria e de sofrimento: alegria em ver que finalmente o povo estava acolhendo este Jesus, mas a tristeza por saber que dali a pouco o mesmo povo, iria crucificá-lo. É um pouco a história da nossa vida, momentos de grande euforia diante de Jesus, mas depois, quando a vontade Dele é um pouco diferente da nossa, começamos a fraquejar.

Reconhecer Cristo na adversidade

″Diante de algumas situações e pessoas, é preciso reconhecer a presença de Jesus, no que me acusa, no que me ofende, no que precisa de ajuda, no que fica desconfiado, porque a partir do momento em que Cristo se fez carne, assumiu tudo de nós, de modo particular, das pessoas que mais sofrem″.

O que te espera no caminho

″A fé é acolher essa carne de Jesus, quem vai atrás de Jesus para conseguir boa posição, nunca vai conseguir. Quem promete que o caminho de Jesus é fácil é mentiroso, nós sabemos, olhando para Jesus e para a história da Salvação, e a vida dos santos, que nenhum deles encontrou facilidade […] vamos oferecer a tristeza, a dor e o sofrimento na certeza que a Semana Santa é o acontecimento de uma vida nova, que transforma, que melhora e salva  a nossa″.

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