O deputado José Carlos Aleluia, vice-presidente nacional do Democratas, declarou há pouco em Brasília, que o esforço dos nordestinos ao longos das últimas 6 décadas para criar e fortalecer a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco – Chesf pode ruir por um capricho da ex-ministra Dilma Rousseff. Ela desconhece, segundo o parlamentar, que a Chesf não tem dono nem senhor, mas tem um parceiro poderoso, o nordestino, que já deu exemplos dignificantes de que não abre mão de seus direitos.
“Com o instinto centralizador, concebido sob a influência do totalitarismo da velha União Soviética e seus satélites, tipo Cuba, a senhora Dilma decidiu que a partir de agora a Chesf será apenas um apêndice da Eletrobrás, com todas as decisões tomadas em Brasília – oficialmente a sede da Eletrobrás é na Capital Federal, embora a sede e sua diretoria funcionem hoje no Rio de Janeiro. Dilma subestima a força da gente do Nordeste”, observou Aleluia.
A Chesf, lembra Aleluia, foi criada durante o Estado Novo, pelo presidente Getúlio Vargas através do Decreto-Lei nº 8.031 de 3 de outubro de 1945, e constituída na primeira assembléia geral de acionistas, realizada em 15 de março de 1948. Com a reestruturação do setor elétrico na década de 60, tornou-se uma Subsidiária da Centrais Elétricas Brasileiras S.A. Eletrobrás, vinculada ao Ministério de Minas e Energia. Agora, deixa de ser uma subsidiária para ser um departamento da Eletrobras.
“Além de se constituir numa empresa eficiente, a Chesf formou quadros profissionais de altíssimo nível, a partir do recolhimento, sobretudo em escolas de engenharia e técnicas do Nordeste e de outras partes do país, de jovens que estavam saindo da faculdade e que, na Chesf, alcançaram elevado nível profissional. Durante anos, a estatal foi um celeiro de profissionais para os governos federal e estaduais, além de empresas privadas, inclusive multinacionais”, afirmou Aleluia.
A idéia de destituir a Chesf de poderes e incluí-la como uma simples agência regional da Eletrobras não é nova. Ganhou força quando a ministra Dilma inspirada – até pela sua formação nada democrática – em modelos arcaicos, como se o Muro de Berlim ainda estivesse de pé, pôs no comando do setor elétrico elementos escolhidos para cumprir suas determinações sem contestação.
Aleluia lembra que a Chesf só existe hoje graças à disposição dos nordestinos, que encararam a reação contrária de burocratas, políticos e empresários do Centro-Sul do país, notadamente de São Paulo, à sua criação.
“Basta consultar os jornais dos anos 1940 para ver o que se dizia do ´desperdício` que representava investimentos na primeira usina de Paulo Afonso (Paulo Afonso I). O mínimo que se dizia era que não haveria como consumir aquela energia gerada no Sertão Nordestino. Quatro décadas depois, só a Usina de Xingó daria para abastecer um país como o Chile”, lembra Aleluia.
O deputado estranhou a demora de lideranças nordestinas a se mobilizarem em defesa da Chesf.
“Ainda bem que começou a reação. Não era possível que a ex-ministra Dilma, depois de tantos desacertos, viesse ao Nordeste esvaziar a Chesf e nos mantivéssemos indiferentes”, encerrou Aleluia.
Aleluia afirma que Dilma do PT engana Lula sobre esvaziamento da Chesf
Em discurso há pouco na Câmara dos Deputados, o vice-presidente nacional do Democratas, deputado José Carlos Aleluia (BA), declarou estar convencido de que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, está sendo enganado pela ex-ministra Dilma Rousseff, em relação ao desmonte da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco – Chesf. Maior empresa do Nordeste, em vias de se transformada numa simples agência da Eletrobrás para atender os caprichos de centralização da ex—chefe da Casa Civil da Presidência da República.
“A Chesf é uma organização reconhecida internacionalmente pela sua engenharia de excelência, que começou a gerar energia elétrica nos anos 1940 sob a desconfiança de técnicos, políticos e empresários do centro-sul do país, que não acreditavam que os nordestinos fossem capazes de tamanha cruzada e muito menos de aproveitar a energia que seria gerada na primeira usina de Paulo Afonso”, lembrou Aleluia.
Muitos parlamentares do Nordeste e de outras regiões do país também se pronunciaram em defesa da Chesf. O deputado Inocêncio Oliveira, que presidia a sessão, disse que já ouvira muitos oradores falarem em nome da estatal, mas que o discurso de Aleluia foi “o mais ilustre pronunciamento em favor da Chesf”. Inocêncio lembrou que Aleluia foi presidente da Chesf nos anos 1980, quando a empresa construía alguns dos maiores projetos de energia elétrica do Brasil, como as hidrelétrica de Itaparica e Xingó, e a interligação Norte-Nordeste.
Para Aleluia, o governo federal comete um crime contra o Nordeste se concretizar o esvaziamento da empresa.
“A Chesf é uma empresa dos nordestinos. Não tem dono nem senhor, nem senhora. Por isso, apelo a todas as lideranças da região a unirem-se em torno de sua preservação, de sua integridade. O esforço de Apolonio Sales e de outros bravos nordestinos não pode ser destruído pela irracionalidade da senhora Dilma Rousseff”, advertiu Aleluia.
Aleluia exaltou ainda os funcionários da Chesf a cobrarem da diretoria uma postura afirmativa em defesa da empresa.
“A diretoria da Chesf se omite escandalosamente para não contrariar Dilma Rousseff. Entre os interesses do Nordeste e, especialmente, da Chesf, os diretoria fecham com o projeto da ex-ministra, que não tem nenhum compromisso com o Nordeste, muito menos com a Chesf. Não creio que o presidente Lula esteja devidamente informado sobre o desmanche da Chesf. Dilma até pode enganar Lula, fazendo-o de bobo, mas não enganará o povo”, concluiu Aleluia.
