O caso Isabella foi emblemático. Difícil saber exatamente as razões pelas quais o país adotou essa menina, afinal, tantas crianças sofrem e morrem covardemente nas mãos de pais,mães, padrastos e madrastas a cada instante. Talvez o caso tenha chamado a atenção pelos requintes cinematográficos que delineavam todas as situações dos participantes: dia lindo com direito a passeio e uma noite de terror e crueldade promovida não por uma terceira pessoa invisível aos olhos da galáxia, mas por um casal frio e dissimulado que ceifou a vida da protagonista da história.São duas horas da manhã e o nervosismo pela leitura da sentença já se foi. Eu tinha a certeza da condenação por ter acompanhado praticamente todas as informações repassadas pela imprensa ao longo desses quase dois anos da morte da pequena Isabella.
Para os que não estudam e apenas repetem as frases feitas que ecoam pela humanidade, distorcendo e atropelando as palavras de Jesus no que se refere a “não julgar para que não sejais julgados” é bom esclarecer que ao proferir tal orientação, não pretendia Jesus que a coisa ficasse ao “Deus dará” mas, sim, repreender os falsos religiosos que com suas teorias e ideias bizarras, só apontavam e condenavam o erro nos outros e nunca em si mesmos, e fica a dica de que, nos dias de hoje, Deus dotou homens e mulheres com faculdades mentais e morais superiores aos de outros, para lutar em favor da verdade e do bem.
Medíocre a sentença. Justa, porém, medíocre. Porque muito do que acontece nesse Brasil é simplesmente medíocre. Pela justiça humana esses dois deveriam, no mínimo, apodrecer na cadeia. Pela justiça divina, eu não me atrevo a responder, mas, do pouco que conheço, Deus é surpreendente. Em até perdoar. Incrível. Mas, Deus é Deus. Só Ele é Deus. O que se passa no coração daqueles dois assassinos só Deus sabe. E o julgamento final caberá a Ele. Mas, as conseqüências do mal, nesta vida, não são apagadas nem por aqueles que tiveram genuíno arrependimento.
Penso na mãe. A mãe que não teve a oportunidade de correr em direção à filha para socorrê-la, a fim de colocá-la em seus braços e tentar salvá-la. Acabo de assistir a uma imagem sua exibida após a divulgação da sentença. Triste imagem. Amparada por familiares, sem ter muito o que comemorar, a não ser a leve condenação dos assassinos. O ideal seria ter a pequena Isabella de volta. Por enquanto isso não é possível. Mas o mal sofreu um pequeno golpe. Menos mal.
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