Por volta das 22 horas desta terça-feira (24), na rua da Concórdia – Chesf, aconteceu uma colisão envolvendo os veículos Gol G-5 de cor preta, placa JRU – 2476, conduzido por Afonso Wagner e um Kadet verde, placa JTK – 5447 de propriedade de José Carlos.
O acidente deixou os motoristas indignados. Por incrível que pareça, o que mais os deixou irritados não foram os danos materiais que sofreram, mas, o que ouviram ao ligar para o 190 da Polícia Militar e o 181 do GTRAN (Gerência de Operações de Trânsito da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso).
Acreditem no que vão ler a seguir. Segundo José Carlos, um dos motoristas, por volta das 22 horas, ligou para os dois órgãos que teriam a responsabilidade de resolver o problema. Com a PM, a soldado Carla informou que… “Esse tipo de procedimento foi transferido para os agentes de trânsito, através de uma parceria com a prefeitura e que inclusive todo material (canetas, blocos de ocorrências para o registro de acidentes e de infrações e outros) foi repassado para esses profissionais, eles passaram inclusive por um curso preparatório para esse tipo de procedimento. Agora é com eles, mas, infelizmente isso está acontecendo não dá pra entender, aqui nós não temos mais nada com isso.” Quando acionou o 180, um guarda municipal o atendeu e disse que os agentes só trabalham até às 18 horas e que por esse motivo nada podia fazer.
A equipe do site www.ozildoalves.com.br ao ligar para os mesmos números, também ouviu os mesmos argumentos citados pelo motorista. No local do acidente, o gerente de trânsito (chefe dos agentes de trânsito), Batista, que estava de folga, não quis gravar entrevista, mas, admitiu que esse tipo de procedimento não é de responsabilidade do Gtran e que se assim o fosse, seria ilegal. Indagado porque então foi firmado o acordo entra a PM e a prefeitura já que ele disse que era ilegal, respondeu, dizendo que se foi feito algum acordo entre a prefeitura e a PM foi verbal e que ele não teve conhecimento dessa “parceria” porque estava de férias e que só quem podia responder sobre esse assunto era o secretário de serviços públicos, Paulinho de Deus ou o comandante do 20º Batalhão de Polícia Militar.
Ao contrário do que informou a soldado Carla, Batista disse que o órgão não recebeu nenhum tipo de material da PM para a realização desse trabalho. Ele afirmou que qualquer que seja o horário, se outros casos de colisão e/ou acidente vierem a acontecer, os agentes não poderão fazer nada e que, um outro caso dessa mesma natureza teve que parar no Ministério Público por causa do impasse.
O motorista José Carlos não acreditava no que estava acontecendo: “Como cidadão de Paulo Afonso estou revoltado porque pagamos impostos, somos cidadãos de bem, acidente não tem hora e nem local para acontecer. Quando liguei para a polícia militar o 190, a soldado Carla me passou que era com os agentes de trânsito. Liguei então para o 181 e eles me passaram que era com a polícia militar, então ficou esse jogo de empurra. Eu liguei para o gerente de trânsito, o Batista, inclusive ele se encontra aqui no local e disse que não tem competência para atuar nessa área aqui não”.
José Carlos também afirmou que ao falar com os atendentes da PM e do Gtran, ambos o mandaram procurar o Ministério Público. Revoltado, José Carlos desabafou: “É inaceitável uma coisa dessa, o cidadão fica descoberto de lei dentro de Paulo Afonso, eu vivo numa cidade desse porte, o cidadão acontece um acidente e fica desprotegido aqui e se tivesse vítima aqui, como era que iria ficar, porque ninguém iria aparecer.”
Também indignado, Afonso Wagner, proprietário do veículo Gol, disse “Estou me sentindo um cidadão sem valor nenhum pela polícia e pelos agentes de trânsito”.
Da Redação: Outros detalhes sobre esse polêmico assunto e as entrevistas com os motoristas, logo mais, a partir das 13 horas, no programa “Tribuna do Povo” na Rádio Betel FM – 104,9.
